Na sua primeira grande viagem ao exterior desde o anúncio em fevereiro de que estava passando por tratamento contra um câncer (cujo tipo não foi especificado), o rei britânico, Charles III, passou por uma situação constrangedora nesta segunda-feira (21).
Após proferir um discurso no Parlamento da Austrália, em Canberra, ele foi alvo de um protesto da senadora aborígene Lidia Thorpe.
“Você cometeu genocídio contra nosso povo. Devolvam nossa terra! Devolvam o que roubaram de nós — nossos ossos, nossos crânios, nossos bebês, nosso povo”, gritou Thorpe.
“Vocês destruíram nossa terra. Nos deem um tratado [para compensações]. Queremos um tratado neste país. Vocês são genocidas”, gritou a senadora, segundo informações da CBS News.
“Esta não é sua terra. Você não é meu rei. Você não é nosso rei”, disse Thorpe, que foi removida por seguranças do Parlamento. Como monarca britânico, Charles III é chefe de Estado da Austrália.
Além do protesto da senadora, o Movimento Republicano Australiano, que defende que o monarca britânico deixe de ser o chefe de Estado do país, iniciou na semana passada um protesto para ridicularizar Charles III, comparando sua visita a uma turnê de despedida do mundo musical.
Esther Anatolitis, copresidente do movimento, publicou um vídeo no X usando uma camiseta com a mensagem “Bem-vindos à Turnê de Despedida da Monarquia”.
“É hora de dar adeus ao jugo real. A visita desta semana é uma oportunidade valiosa para fazermos a pergunta que temos feito por muitos anos: por que a Austrália ainda tem um rei? Faz sentido que nosso chefe de Estado herde o posto por direito de nascença e não esteja disponível aqui para os australianos em tempo integral?”, perguntou Anatolitis.
“De qualquer forma, vamos dar as boas-vindas a Charles e Camilla [rainha consorte] à Austrália, mas vamos encarar como a última visita de um monarca em exercício. Faz muito sentido”, acrescentou.
Uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov em setembro de 2023 mostrou que 32% dos australianos querem que o país se torne uma república. Já 35% querem que continue sendo uma monarquia constitucional. Outros 12% responderam que a Austrália só deve se tornar uma república quando Charles III morrer.
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