A plataforma de streaming Spotify deletou cerca de 70 episódios antigos do programa "The Joe Rogan Experience" neste sábado (5), depois que o apresentador Joe Rogan foi acusado de ter utilizado termos racistas no passado. Em um vídeo de cinco minutos no Instagram, o podcaster americano pediu desculpas pelas falas, afirmando que se tratava da "coisa mais lamentável e vergonhosa" sobre a qual teve dar explicações publicamente. "Minhas mais sinceras e humildes desculpas", afirmou Rogan.
O próprio apresentador, um ferrenho defensor da liberdade de expressão, afirmou que algumas de suas falas haviam sido tiradas de contexto, mas que o conteúdo era "horrível, até para mim". "Nunca usei [termos racistas] para ser racista, porque não sou racista", declarou. Antes de os vídeos virem à tona, Rogan já estava envolvido em polêmicas por conta de suas entrevistas com médicos que questionam a eficácia da vacina contra a Covid-19, entre eles o imunologista Robert Malone.
Em resposta, um grupo de cientistas e profissionais de saúde pediu que o Spotify retirasse estes episódios do ar. A empresa decidiu manter os episódios no ar, mesmo depois de cantores como Neil Young e Joni Mitchell retirarem suas músicas da plataforma como forma de protesto. No último domingo (30), o Spotify anunciou que todos os podcasts que mencionarem a Covid-19 terão links com informações sobre a pandemia. "Sabemos que temos um papel crítico a desempenhar no apoio à liberdade de expressão do criador [de conteúdo], ao mesmo tempo que temos que equilibrá-la com a segurança de nossos usuários", escreveu o CEO e um dos fundadores da empresa, Daniel Ek, em carta pública.
A plataforma não se manifestou a respeito dos episódios acusados de conter insultos racistas. Estima-se que o Spotify tenha desembolsado mais de 100 milhões de dólares pela exclusividade do "The Joe Rogan Experience", e que o apresentador Joe Rogan tenha mais espectadores do que a Fox News e a CNN.
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