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O epidemiologista Anders Tegnell faz atualização diária sobre a situação da Covid-19 na Suécia, 20 de maio. Estudo indica que 7,3% dos moradores de Estocolmo têm anticorpos para o novo coronavírus
O epidemiologista Anders Tegnell faz atualização diária sobre a situação da Covid-19 na Suécia, 20 de maio. Estudo indica que 7,3% dos moradores de Estocolmo têm anticorpos para o novo coronavírus| Foto: Anders WIKLUND / TT News Agency / AFP

Em Estocolmo, capital da Suécia, 7,3% dos habitantes desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus, indica um estudo da Agência de Saúde Pública do país divulgado na quarta-feira (20).

O país escandinavo adotou medidas menos restritivas para a contenção da Covid-19, apelando para a responsabilidade individual dos cidadãos para se protegerem dos contágios - uma abordagem que dividiu opiniões fora do país mas tem apoio da maioria dos suecos.

O epidemiologista Anders Tegnell, autor da estratégia sueca de combate à pandemia, disse que o número da pesquisa de anticorpos "é um pouco menor do que o esperado, mas não muito menor" e ressaltou que esse resultado reflete a situação de algumas semanas atrás, já que leva algumas semanas até que o sistema imunológico desenvolva anticorpos. Para ele, "um pouco mais de 20%" da população da capital deve ter sido infectada pelo vírus até o momento.

Para o estudo, foram feitos testes que detectam a presença de anticorpos no sangue, o que indica se uma pessoa foi infectada previamente. Os laboratórios coletaram cerca de 1.200 amostras por semana, durante oito semanas, em nove regiões da Suécia.

Na semana que terminou em 3 de maio, 7,3% das amostras dos moradores de Estocolmo tiveram resultados positivos. Em outras regiões, a proporção de pessoas que foram expostas ao novo coronavírus foi menor: em Skåne, 4,2% dos testes deram positivo e em Västra Götaland, 3,7% das amostras continham anticorpos para o novo coronavírus, por exemplo.

Pela Suécia, o grupo com mais testes positivos foi o de adultos entre 20 e 64 anos, com 6,7% de resultados positivos, seguidos pelo grupo de 0 a 19 anos, com 4,7%, e pela faixa etária de 65 a 70 anos, com 2,7%, como detalhou o jornal sueco The Local.

Ainda não está claro para a comunidade científica qual é a duração da imunidade entre os pacientes recuperados de Covid-19.

No começo de maio, Tegnell afirmou que por volta de 25% da população de Estocolmo estaria imune. Em abril, a agência pública de saúde da Suécia estimava que por volta de um terço da população de Estocolmo, de 1 milhão de habitantes, estaria imune contra o coronavírus no começo de maio e que a doença já teria passado o seu pico na capital, segundo noticiou a imprensa internacional.

O epidemiologista Johan Giesecke, que trabalha pra o governo da Suécia, disse à Economist que as autoridades de saúde esperavam que Estocolmo alcançasse uma taxa de 40% a 60% de infectados em junho - taxa que ajudaria a reduzir a propagação do vírus quando os cidadãos de outros países europeus voltarem a circular.

Até esta quinta-feira, a Suécia confirmou 32.172 casos de Covid-19 e 3.871 mortes pela doença. O total de recuperados da doença no país é de 4.971, segundo a plataforma da Universidade Johns Hopkins que compila dados globais da pandemia.

A Suécia, com 10,23 milhões de habitantes, tem um número maior de mortes per capita (384 por milhão de habitantes) do que o de seus vizinhos Dinamarca (97), Noruega (43) e Finlândia (55), que adotaram medidas mais rígidas de confinamento. Mas a situação do país nórdico é melhor do que a de outros países europeus como Bélgica (793 mortes por milhão de habitantes), Espanha (598), Itália (537), Reino Unido (531) e França (432), segundo a contagem do Worldometers.

Para comparação, o Brasil tem até o momento 99 mortes pelo coronavírus por milhão de habitantes.

Dinamarca, Noruega e Finlândia demonstram preocupação com o número de mortes por Covid-19 na Suécia e têm debatido se devem manter as restrições de viagens da Suécia enquanto diminuem as restrições com outros países, relatou o Financial Times.

A maioria da população da Suécia apoia a estratégia do governo. Uma pesquisa da Agência de Contingências Civis constatou que 77% das pessoas entrevistadas entre 7 e 10 de maio disseram ter alta confiança na agência de saúde sueca.

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