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O desemprego na Argentina caiu para 6,9% no terceiro trimestre deste ano, resultado que compôs a série de melhorias parciais observadas neste período de 2024, a partir das políticas do presidente Javier Milei, que prometeu mudanças radicais para impulsionar a economia, após uma gestão peronista que agravou duramente a crise enfrentada pela população.
Os novos dados representam uma redução de 0,7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, quando o desemprego estava em 7,6%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, no entanto, essa taxa foi 1,2 pontos percentuais acima da registada no mesmo período, que chegou a 5,7%, a taxa mais baixa desde 2016.
Os resultados, segundo o jornal Clarín, surgem como consequência do aumento do número de pessoas com trabalho independente e da diminuição dos empregos formais.
Segundo o relatório, a taxa de pessoas empregadas que solicitaram outro emprego foi de 17,6%, com um aumento de 1,6 pontos percentuais face ao trimestre anterior e um aumento de 2,4 pontos percentuais face ao terceiro trimestre do ano passado.
Uma análise da empresa de consultoria Labor, Capital & Growth (LCG), trimestre a trimestre, aponta que a queda de 152 mil pessoas entre os desempregados é explicada pelo fato de 114 mil terem encontrado trabalho, uma vez que o mercado de trabalho encolheu num montante de 39 mil pessoas.
Entre os 114 mil que foram contratados do segundo para o terceiro trimestre, cerca de 182 mil pessoas foram acrescentadas como trabalhadores independentes e outras 23 mil como empregados não registrados. Entretanto, no setor formal e registrado da economia, a diminuição atingiu 91 mil empregos, destacou a LCG ao Clarín.
A economia argentina enfrenta uma fase de transição com duras políticas de ajuste fiscal implementadas pelo presidente libertário Javier Milei, a fim de reorganizar gastos e, como o próprio mandatário defende, "tornar a Argentina grande novamente", lema emprestado de seu homólogo americano, Donald Trump, com quem prometeu estreitar laços durante os próximos anos.
Apesar do desemprego ainda ser uma das principais queixas dos argentinos, os números nacionais começaram a mudar. O último relatório do Indec mostrou que o país finalmente saiu de um duro período de recessão e viu sua economia crescer.
De julho a setembro, em comparação ao três meses anteriores, houve crescimento de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina.
Além do crescimento do PIB, o relatório mostra que todos os setores registraram números positivos em comparação ao segundo trimestre do ano: as exportações cresceram 3,2%; o consumo privado aumentou 4,6%; o consumo público, 0,7%; e a formação bruta de capital fixo avançou 12%.