Mais de 200 táxis interditaram uma das principais vias de Santiago nesta terça-feira (26) para protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis e pedir ao governo maior regulamentação sobre os aplicativos de transporte.
Entre cantos, buzinas e bandeiras com as cores típicas dos táxis no Chile (amarelo e preto), os manifestantes avançaram pela Alameda e chegaram ao Palácio de La Moneda com a intenção de entregar uma carta com exigências ao presidente chileno, Gabriel Boric.
“Hoje temos um grande problema chamado 'projeto de plataformas', que está no Congresso e é feito sob medida para esses aplicativos”, declarou a uma emissora local um dos líderes da marcha, que se identificou como Manuel.
A lei que regulamenta plataformas como Uber e Cabify está em tramitação no Congresso e estabelece que essas empresas devem se registrar em cartório com todas as informações de seus motoristas e veículos e contar com seguro para passageiros e motoristas, que devem ter habilitação profissional.
A regulamentação também permite que os táxis sejam incorporados aos aplicativos e cria um catálogo de infrações e penalidades.
Por sua vez, Nelson Ponce, outro manifestante, assegurou que a falta de regulamentação dos aplicativos de transporte é “um problema que se arrasta há dez anos” e que muitos de seus colegas se endividaram para comprar seus táxis e sofrem com a concorrência “injusta”.
Os taxistas também protestaram contra o preço do combustível, que subiu por 48 semanas consecutivas no Chile e estima-se que o aumento seja de cerca de 20% desde o início da invasão russa da Ucrânia.
O governo do Chile, país importador de petróleo, apresentou no final de março um projeto de lei para injetar US$ 40 milhões em um fundo que estabiliza os preços dos combustíveis e que foi aprovado por unanimidade no Congresso no início de maio.
O Fundo de Estabilização de Preços do Petróleo (FEED) busca estabilizar os preços domésticos dos combustíveis, isolando-os da volatilidade de curto prazo que afeta os preços internacionais.
O ministro da Fazenda chileno, Mario Marcel, disse nesta terça-feira que a queda do dólar após uma intervenção histórica no mercado cambial do Banco Central “tem um efeito de baixa” no preço da gasolina importada.
“Assim como o dólar subiu muito na época, e isso colocou mais pressão no preço dos combustíveis no mercado local, agora essa pressão vai ser menor”, destacou Marcel.
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