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Impasse com a Polônia

Tribunal da UE determina que países do bloco devem reconhecer casamento entre pessoas do mesmo sexo

Pessoas na 41ª Parada LGBT do Christopher Street Day na rua 17 de Junho, em Berlim, Alemanha, 2019 (Foto: EFE/EPA/OMER MESSINGER)

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O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a mais alta instância do bloco, determinou que os países devem reconhecer casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mesmo que a legislação local seja contrária.

A decisão surge após um conflito judicial com a Polônia, que se recusa a reconhecer uma união feita na Alemanha entre dois cidadãos poloneses devido às suas próprias legislações, que não permitem tal reconhecimento.

Após o pedido ser rejeitado por um tribunal na Polônia, visto que a lei polonesa proíbe uniões entre pessoas do mesmo sexo, o TJUE foi acionado e concluiu que o país deve aceitar a decisão dos autores.

De acordo com o tribunal, o fato da Polônia não validar a certidão de casamento no país vai de encontro à legislação comum do bloco e, segundo a corte, “isso viola não apenas a liberdade de circulação e residência, mas também o direito fundamental ao respeito pela vida privada e familiar”.

"Os cônjuges em questão, enquanto cidadãos da UE, gozam da liberdade de circular e residir no território dos Estados-Membros e do direito a uma vida familiar normal quando exercem essa liberdade e quando regressam ao seu Estado-Membro de origem", acrescentou a corte superior europeia.

“Portanto, os Estados-membros são obrigados a reconhecer, para fins do exercício dos direitos que a legislação da União confere, o estado civil legalmente adquirido em outro Estado-membro”, pontua o tribunal, com o acréscimo de que países como a Polônia não serão obrigados a incluir o casamento entre pessoas do mesmo sexo em sua legislação, mas deverão "respeitar" a decisão de seus cidadãos que optam por se casar em outro país.

O governo do primeiro-ministro Donald Tusk, um político que navega por uma linha mais liberal, tentou aprovar um projeto de lei para alterar o entendimento sobre uniões entre pessoas do mesmo sexo, mas foi impedido pela resistência de sua coalizão, formada também por políticos conservadores.

O presidente da Polônia, Karol Nawrocki, enfatizou em diversas ocasiões que vetaria "qualquer projeto de lei que prejudicasse o status constitucionalmente protegido do casamento".

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