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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador chinês, Xi Jinping, conversaram por telefone nesta sexta-feira (17). Este foi o primeiro contato entre os dois líderes desde que o republicano venceu as eleições de novembro de 2024.
Segundo a chancelaria do regime chinês, na conversa, o ditador Xi expressou sua vontade de transformar a relação entre os EUA e a China em uma parceria “mais próxima”. Ele descreveu o telefonema como uma oportunidade para iniciar um "novo ponto de partida" entre os dois países.
Xi destacou que, apesar das diferenças entre as duas nações, há "amplos interesses comuns e extenso espaço de cooperação".
“China e EUA podem ser parceiros e amigos, contribuir para o sucesso um do outro e promover a prosperidade comum, para o benefício de ambos os países e do mundo inteiro”, afirmou o ditador chinês na ligação.
Ainda na conversa, os dois líderes concordaram em estabelecer um canal de comunicação estratégico para tratar de questões bilaterais e globais. Entre os temas discutidos estiveram o conflito na Ucrânia e entre Israel e a Palestina, além de questões comerciais e de tecnologia.
Trump promete encontro com Xi
Trump, por sua vez, agradeceu as felicitações de Xi pela vitória eleitoral e enfatizou seu desejo de “continuar a conversar e se reunir em breve” com o ditador chinês.
"Como os países mais importantes do mundo, EUA e China devem se dar bem por anos e mais anos e trabalhar juntos pela paz mundial", afirmou Trump, conforme comunicado divulgado por Pequim.
Em postagem na rede social Truth Social, Trump confirmou a conversa com Xi e disse que a ligação “foi muito boa para a China e para os EUA”.
“Minha expectativa é que resolveremos muitos problemas juntos, e começaremos imediatamente. Discutimos balanço comercial, Fentanil, TikTok e muitos outros assuntos. O presidente Xi e eu faremos tudo o que for possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro!”.
Xi insiste em prudência sobre Taiwan
Segundo a chancelaria comunista, Xi aproveitou a conversa com Trump para reiterar sua posição sobre Taiwan, tema que há anos gera tensões entre Washington e Pequim. O líder chinês pediu que Trump trate a questão "com prudência", argumentando que o assunto envolve "a soberania nacional e a integridade territorial da China".
Além disso, Xi defendeu as relações econômicas e comerciais entre os dois países como sendo “mutuamente benéficas” e alertou contra confrontos.
“Os dois lados devem aderir aos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha, trabalhar juntos mais de perto e fazer mais coisas grandes, práticas e boas que beneficiem os dois países e o mundo”, declarou Xi.
Tensões permanecem apesar do tom conciliador
A conversa entre os dois líderes ocorre em um momento de intensas discussões sobre o futuro das relações bilaterais. Poucas horas antes, a Suprema Corte dos EUA validou a lei que poderá forçar o TikTok, aplicativo da chinesa ByteDance, a encerrar suas operações no país por suspeitas de repassar dados de usuários ao regime chinês.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu endurecer sua postura contra a China, incluindo a imposição de novas tarifas sobre importações, além de abordar questões como Taiwan e a crescente influência tecnológica chinesa.
Nesta sexta, a China anunciou que o vice-presidente do Executivo comunista, Han Zheng, representará o país na cerimônia de posse de Trump como enviado especial, embora Xi tenha sido formalmente convidado por Trump.