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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump disse que deve anunciar nesta segunda (10) um pacote de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A decisão atinge diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto. Atualmente, 48% das exportações de aço brasileiras e 16% das de alumínio vão para os EUA.
Durante voo da Flórida para Nova Orleans para assistir ao Super Bowl, no Air Force One, o avião oficial da presidência americana, Trump declarou a jornalistas que o acompanhavam que “qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%". A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que as novas tarifas se somarão às taxas existentes sobre aço e alumínio.
Em seu primeiro mandato, o republicano também impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados. Na época, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, disse que a medida obrigaria as empresas a paralisar as atividades, com desligamento de fornos e demissões. Trump acabou voltando atrás e depois concedeu a vários parceiros comerciais cotas isentas de impostos, incluindo Canadá, México, e Brasil.
O Brasil é considerado um parceiro estratégico dos EUA e as novas tarifas devem prejudicar o comércio entre os dois países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha anunciado que, no caso de aumento de tarifas do governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros, o Brasil vai aplicar o princípio da reciprocidade. “É lógico. O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade”, disse Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais na quinta (5).
Em 2024, as exportações do Brasil para os Estados Unidos chegaram ao recorde de US$ 40,3 bilhões, um aumento de 9,2% em relação a 2023. Os embarques para os EUA representam 12% do total exportado pelo Brasil no ano passado. As importações dos EUA cresceram 6,9%, para US$ 40,6 bilhões, ou 15,5% das compras nacionais. A corrente de comércio, soma de tudo que foi negociado entre ambos os países, chegou a US$ 80,9 bilhões. Esses números fazem dos Estados Unidos o segundo parceiro comercial do Brasil, o que torna ainda mais relevante a manutenção e fortalecimento do comércio entre ambas as nações.