Os primeiros-ministros da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinaram nesta quinta-feira (6) protocolos de cooperação na exploração de campos de gás e petróleo, inclusive um acordo para dar início às obras de um gasoduto que passará por águas territoriais turcas no Mar Negro.
A expectativa da Rússia é de que o duto ajude a manter seu domínio sobre a distribuição de gás para os países da União Europeia (UE) em um momento no qual o bloco busca diversificar suas fontes de energia para reduzir a dependência do gás russo. Mais tarde nesta quinta-feira, o vice-premiê russo Igor Sechin disse mais tarde nesta quinta-feira que as obras poderão começar em novembro de 2010.
A cerimônia de assinatura, que teve como testemunha o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, ocorreu durante uma visita de um dia de Putin a Ancara em busca do apoio turco à construção do gasoduto. Detalhes do documento ainda não estão disponíveis.
O gasoduto é um projeto da petrolífera russa Gazprom em parceria com a estatal petrolífera italiana Eni. Ele rivaliza diretamente com o projeto do gasoduto de Nabucco, que conta com o apoio da UE e que transportaria gás do Mar Cáspio e do Oriente Médio para a Europa via Turquia, contornando assim a Rússia e reduzindo a dependência do produto fornecido por Moscou.
Segundo o jornal italiano IlSole24Ore, Turquia e Rússia assinaram um segundo acordo, para construir um oleoduto de 555 quilômetros que ligue o porto turco de Samsun, no Mar Negro, ao porto turco de Ceyhan, no Mediterrâneo. A obra ficará a cargo da italiana Eni. O oleoduto turco entre Samsun e Ceyhan, que cortará a península da Anatólia, deverá reduzir o tráfego de petroleiros nos estreitos do Bósforo e Dardanelos.
A Rússia fornece 25% do gás natural consumido pela Europa Ocidental e 80% dele passa pela Ucrânia. Em janeiro, a Ucrânia esteve no centro de uma disputa pelo preço do gás com a Rússia, que levou Moscou a fechar os gasodutos e provocar o desabastecimento na União Europeia, principalmente na Bulgária e na Romênia.
Algumas horas antes da chegada de Putin, ativistas do Greenpeace turco protestaram contra o projeto, vigiados pela polícia.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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