O governo ucraniano anunciou ontem que capturou dez soldados russos na região de Donetsk, foco do conflito com separatistas no leste do país. Paraquedistas militares, os russos foram detidos, segundo Kiev, com documentos de identidade e armas perto de Dzerkalne, a 20 km da fronteira e a 50 km do reduto sob controle dos rebeldes pró-Rússia.
Autoridades ucranianas divulgaram um vídeo mostrando um suposto interrogatório dos soldados. O episódio foi usado pelo governo para reforçar a acusação de que a Rússia tem apoiado o movimento separatista.
Fontes do ministério russo da Defesa confirmaram a agências de notícias a detenção dos soldados. Argumentaram, porém, que eles cruzaram a fronteira para o território ucraniano por "acidente". A versão não foi aceita por Kiev.
"Isso não foi um engano, mas uma missão especial que eles estavam realizando", rebateu o porta-voz da Defesa ucraniana, Andriy Lisenko. A detenção dos militares russos foi divulgada no mesmo dia em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontrou-se com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, numa cúpula diplomática na Bielo-Rússia.
Uma moradora de Novoazovsk, no sudeste da Ucrânia, disse na segunda-feira que viu uma coluna de veículos blindados se aproximar da cidade e abrir fogo. "Tudo começou às 8 h da manhã, apareceram tanques, não menos do que sete", disse a mulher, que deu apenas o nome de Lyudmila, à Reuters, por telefone. "Agora mesmo posso ouvir estrondos, explosões... os moradores estão se escondendo."
Ainda na segunda-feira, em Kiev, autoridades ucranianas disseram que a coluna era uma incursão de tropas russas que estão combatendo ao lado de separatistas pró-Moscou mais uma acusação negada por Moscou.