A cúpula dos G20 reúne os líderes das 20 maiores economias do mundo em Osaka, no Japão, na sexta-feira (28) e neste sábado. Os membros do grupo respondem por 85% do produto interno bruto do mundo e por dois terços da população mundial.
Uma parte importante do evento, em que os líderes discutem as questões econômicas mais importantes do momento, são as reuniões bilaterais que ocorrem à margem da cúpula. Neste ano, havia muito interesse sobre os encontros de Donald Trump, especialmente com o líder da China, com quem o país trava uma guerra comercial.
Confira alguns destaques dos encontros realizados durante a cúpula no Japão.
Trump e Xi Jinping
A guerra comercial entre China e Estados Unidos foi um dos principais temas desta cúpula do G20, e, portanto, a reunião entre o presidente americano Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping era uma das mais aguardadas, já que as decisões podem trazer ganhos ou perdas para cada uma das economias.
Xi e Trump sentaram para negociar na manhã de sábado. O líder chinês disse que tem estado "em contato próximo" com o americano.
"Senhor presidente, você e eu temos estado em contato próximo por meio de telefonemas e troca de cartas", ele disse, segundo a CNN. "Hoje, eu estou preparado para trocar opiniões com você sobre as questões fundamentais para essa relação para o período futuro".
Xi disse que desde a normalização das relações entre os dois países há 40 anos, "mudanças enormes" aconteceram. "Mas um fato permanece o mesmo - a China e os EUA se beneficiam da cooperação e perdem no confronto. Cooperação e diálogo são melhores do que atrito e confronto".
Trump saiu do encontro prometendo trégua nas sanções comerciais aos produtos chineses e afirmando que "o tempo dirá" se essa retomada de relações poderá resultar em um futuro acordo comercial.
Theresa May e Vladimir Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a primeira-dama do Reino Unido, Theresa May, se encontraram na manhã deste sábado, 29 (horário local, noite de sexta-feira no Brasil), pela primeira vez após o caso de envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e de sua filha, que foram expostos ao agente nervoso Novichok. O Reino Unido culpa a Rússia pelo incidente."
Trump e Mohammed bin Salman
Donald Trump também se encontrou com o príncipe herdeiro da coroa saudita, Mohammed bin Salman, na manhã do sábado. Trump se negou a dizer se falaria sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi com o príncipe saudita. Um comunicado da Casa Branca afirma que os dois líderes falaram sobre as tensões entre EUA e Irã, comércio e direitos humanos.
O americano chamou o príncipe da Arábia Saudita de "meu amigo" e disse que foi uma "grande honra" estar com bin Salman, e destacou que a Arábia Saudita é "uma boa compradora de produtos americanos".
Putin e Trump
O presidente americano, durante encontro com Putin na sexta-feira, pareceu menosprezar a interferência da Rússia nas eleições americanas. Depois de perguntas de jornalistas sobre o tema, Trump virou-se e disse a Putin: "não se intrometa nas eleições", em tom de brincadeira.
Quando os jornalistas entraram na sala onde acontecia a reunião bilateral, Trump e Putin estavam sorrindo enquanto falavam sobre a sua antipatia pela imprensa.
"Livre-se deles. A expressão 'fake news' [notícias falsas] é ótima, não é? Vocês não têm esse problema na Rússia, mas nós temos", disse Trump, de acordo com a agência de notícias Reuters. "Nós também temos. É a mesa coisa", respondeu Putin sorrindo, em inglês. Sob o governo de Putin, a liberdade de imprensa tem sido reduzida.
A reunião entre os dois durou 90 minutos, a maior parte sem a presença de jornalistas.
Putin, Modi e Xi
Os líderes da Rússia, Índia e China (ou a parte RIC dos BRICS) se posicionaram contra o unilateralismo. Em um encontro na sexta-feira, o presidente russo Vladimir Putin, o líder chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi conversaram sobre maneiras de fortalecer os laços entre as suas nações.
Putin afirmou que os três países tiveram reuniões com ministros de Relações Exteriores e oficiais de segurança para coordenar ações contra terrorismo, tráfico de drogas e outros desafios. Putin disse ainda que Rússia, China e Índia se opõem firmemente ao protecionismo, ações unilaterais e sanções ilegais.
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