O presidente francês Nicolas Sarkozy iniciará no domingo uma visita rápida ao Brasil, com a esperança de incentivar, mesmo que não chegue a fechar, o primeiro contrato de exportação do caça francês Rafale.
De passagem por Paris no início de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou esperar que a vinda de seu colega francês a Brasília, onde Sarkozy será o convidado de honra para a festa do Dia da Independência, seria a ocasião para se fecharem novos contratos na área de defesa, depois dos que foram assinados em uma visita anterior, no final de 2008.
A declaração foi vista como encorajadora para o avião Rafale, da Dassault Aviation, que concorre com o F18 americano da Boeing e o Gripen da empresa sueca Saab na licitação aberta pelo Brasil para a renovação de uma parte (36 aparelhos) de seus aviões de caça. O valor envolvido seria da ordem de 4 bilhões de euros.
Lula acenou com essa esperança ao declarar esta semana, em entrevista, que a França é "o país mais flexível para a transferência de tecnologia," ressaltando que isso lhe confere "uma vantagem comparativa excepcional."
Mas a hipótese de um anúncio ser feito durante a visita de Sarkozy ainda é incerta. Na sexta-feira o presidente francês demonstrou prudência extrema sobre o assunto, dizendo apenas que tomou nota das declarações do presidente brasileiro com grande interesse.
Transferências e coprodução
O contrato marcaria um avanço importante para o Rafale, avião cujo projeto foi lançado em 1988 e que é operacional desde 2006 na Força Aérea francesa, mas que sofreu uma longa sequência de reveses de exportação.
A França se encontra em fase avançada de negociações com os Emirados Árabes Unidos para a venda de 60 unidades do avião.
A última visita de Sarkozy ao Brasil foi marcada pela assinatura de contratos de mais de 6 bilhões de euros relativos à venda de quatro submarinos convencionais e 50 helicópteros militares de transporte.
Esses acordos, cuja finalização e financiamento acabam de ser concluídos, "foram acompanhados de transferências de tecnologia e coprodução sem precedentes, fato que foi determinante," disse o Eliseu.
Após os submarinos, os helicópteros e possivelmente os aviões de combate, França e Brasil estudam cooperações no controle do espaço aéreo, na segurança de fronteiras, na digitalização do campo de batalha e no âmbito espacial.
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