O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse nesta segunda-feira que a instituição precisa repensar seu papel para enfrentar os problemas econômicos e sociais trazidos à tona pelos protestos no Oriente Médio e norte da África.
"Produzimos uma série de relatórios importantes sobre governança, desigualdade na juventude, qualidade de educação, disparidades especiais e a natureza pouco competitiva do setor privado na região", disse Zoellick no discurso de abertura de uma conferência do Banco Mundial sobre questões dos países árabes.
"Mas nosso histórico de ação tem sido desigual. Como outros, também nos temos muito a aprender", acrescentou.
Promovida na sede do banco em Washington, a conferência reuniu jornalistas, institutos de estudos, grupos de jovens e acadêmicos do mundo árabe para discutir mudanças que estão ocorrendo em toda a região.
Os protestos contra a repressão política, corrupção, alto desemprego e custo de vida crescente já derrubaram líderes no Egito e Tunísia e motivaram levantes no Iêmen, Barein, Marrocos, Jordânia, Argélia, Arábia Saudita e Líbia.
Também forçaram instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional a reverem seus papéis na região, depois de serem criticadas por focar sobre reformas econômicas que não beneficiaram a maioria das populações.
"O movimento tem sido marcante e vem gerando seu próprio impulso", disse Zoellick. "Muitas das queixas subjacentes e dos gatilhos que desencadearam esses acontecimentos sem precedentes são de natureza econômica e social, apesar de terem assumido forma política."
O presidente do Banco Mundial disse que o banco precisa analisar mais estreitamente os problemas que acometem a região, como a disparidade de renda, o desemprego entre jovens, a falta de transparência e responsabilidade e o papel desempenhado pelo setor privado.
"Para identificar e explorar essas questões, precisamos primeiramente abrir um diálogo genuíno e profundo com e entre as diferentes vozes na região," disse Zoellick.
"São problemas que não vão desaparecer simplesmente porque um governo caiu ou um líder tomou o lugar de outro", afirmou.
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