A agenda conservadora no Brasil é ancorada em pilares que guiam suas pautas políticas e ideológicas. Entre os principais temas defendidos pela direita estão a liberdade individual, a defesa da vida, o empreendedorismo, a soberania nacional e popular, a segurança pública, a punição severa para crimes e a promoção do desenvolvimento econômico. Esses princípios refletem a crença em um Estado menos intervencionista, mas que assegure a ordem, a justiça e os valores tradicionais.
Um dos princípios centrais para os conservadores é a defesa do indivíduo como a maior das minorias. A direita acredita que cada pessoa é única, com suas próprias necessidades, capacidades e méritos, e que o papel do Estado é proteger essa individualidade. Nesse sentido, a luta conservadora não busca impor igualdade de resultados, mas sim criar oportunidades para que cada um possa, por seu mérito, alcançar seus objetivos. A ideia é que a verdadeira justiça social deve focar na eliminação da pobreza, não na eliminação da desigualdade, já que as diferenças entre os indivíduos são naturais e resultam em conquistas diferentes.
Outro ponto fundamental na luta conservadora é a defesa incondicional da vida, desde a concepção até a morte natural. Para a direita, o direito à vida é sagrado, e a luta contra o aborto é uma de suas principais bandeiras
A liberdade é um dos motes mais importantes dos movimentos conservadores. Isso significa garantir que os cidadãos possam viver sem a interferência excessiva do Estado, seja na economia, na vida privada ou no direito de se expressar. A defesa da liberdade de expressão é uma bandeira levantada contra o que os conservadores enxergam como censura imposta por políticas progressistas e por decisões judiciais que limitam o debate público.
Além disso, os conservadores defendem a liberdade de empreender como caminho de emancipação econômica. O empreendedorismo é visto como a melhor ferramenta para que o indivíduo busque sua prosperidade, sem as amarras de uma economia engessada por regulamentações e altas taxas de impostos. A direita argumenta que menos burocracia e mais liberdade econômica são cruciais para o crescimento e o combate à pobreza.
Outro ponto fundamental na luta conservadora é a defesa incondicional da vida, desde a concepção até a morte natural. Para a direita, o direito à vida é sagrado, e a luta contra o aborto é uma de suas principais bandeiras. Esta posição está ligada a valores religiosos e morais que veem na proteção da vida e no fortalecimento da família os pilares essenciais de uma sociedade equilibrada e saudável.
Os conservadores também colocam grande ênfase na soberania nacional. Isso inclui a defesa da autonomia do Brasil em questões internacionais, a proteção das fronteiras e o fortalecimento das instituições de Estado que preservam os interesses nacionais. Há, ainda, uma forte defesa da soberania popular, onde o poder deve ser exercido em consonância com a vontade do povo. A direita acredita que políticas que contrariam valores tradicionais, como a legalização das drogas, vão contra os desejos da maioria da população e, por isso, devem ser rejeitadas.
A segurança pública é um dos temas centrais da direita, que acredita em uma aplicação rigorosa das leis. Para os conservadores, a criminalidade só pode ser combatida com punições mais severas e o fortalecimento das forças de segurança. A impunidade é vista como uma das principais causas do aumento da violência, e medidas como a redução da maioridade penal e o endurecimento das penas para crimes graves são amplamente defendidas.
Nesse contexto, a posse e o porte de armas são vistos como direitos fundamentais para a defesa pessoal, complementando o papel do Estado na garantia da segurança pública. O cidadão deve ter a capacidade de proteger a si mesmo e sua família, especialmente em um ambiente onde o crime ainda é uma preocupação central.
A luta dos conservadores está centrada em um conjunto de valores que colocam o indivíduo no centro da sociedade. A defesa da liberdade, do empreendedorismo e da soberania, aliadas a uma visão de justiça que busca a erradicação da pobreza, mas respeita as diferenças de mérito entre os indivíduos, são princípios inegociáveis. Para a direita, o desenvolvimento de uma nação depende de um Estado eficiente e limitado, que proteja a liberdade do cidadão, sua capacidade de empreender e sua segurança, sem abrir mão de princípios morais e da soberania nacional.
Caracterizar as pautas conservadoras como “extrema direita” gera polêmica, pois depende mais do contexto e da interpretação política de cada um. Na essência, o conservadorismo se concentra em preservar liberdades individuais, valores familiares e uma economia de mercado, distanciando-se de posições mais extremas.
Outros temas ganham destaque na luta da direita conservadora, como a crítica ao impacto econômico dos sites de apostas, a rejeição à agenda "woke" e às políticas de cotas, e a defesa da preservação da liberdade religiosa, dos valores familiares e da proteção da propriedade privada. Um dos temas que tem ganhado atenção entre os conservadores é o crescimento das bets, os sites de apostas esportivas.
A direita acredita que essas plataformas, embora legais em muitos países, trazem consequências negativas para a economia. Para os conservadores, as bets geram pobreza ao desviar dinheiro que poderia circular na produção industrial e no comércio. Eles argumentam que os recursos são retirados da economia produtiva e investidos em um setor que não gera valor real, mas apenas lucros especulativos. Além disso, essas plataformas tendem a endividar famílias, criando um ciclo vicioso de pobreza e dependência financeira.
Uma preocupação adicional é a entrada do crime organizado nas bets, principalmente através da lavagem de dinheiro. A direita alerta que essas plataformas têm sido usadas por facções criminosas para legitimar dinheiro de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e armas, o que fragiliza ainda mais a economia formal e incentiva a violência. Para os conservadores, a presença do crime organizado nesse setor demonstra a necessidade urgente de uma maior fiscalização e regulação do Estado para coibir práticas criminosas e proteger a integridade do sistema econômico.
Dentro do panorama social e cultural, os conservadores criticam o que consideram uma "agenda woke", um conjunto de ideais que, na visão da direita, busca impor uma nova moralidade baseada em identitarismo e correção política. Os conservadores argumentam que essa agenda ataca valores tradicionais e promove divisões sociais ao colocar identidades de raça, gênero ou orientação sexual no centro das discussões políticas. A direita defende que todos devem ser tratados como indivíduos, e não classificados por rótulos identitários. Embora respeitem a importância da convivência pacífica e harmoniosa com as diferenças, muitos defendem que certas políticas são vistas como uma ameaça aos valores tradicionais, particularmente em relação à liberdade religiosa e à preservação da estrutura familiar.
As cotas raciais e sociais, por exemplo, são debatidas no contexto da meritocracia. A direita frequentemente argumenta que, embora bem-intencionadas, essas medidas podem ser injustas e acabar minando sistemas baseados no mérito, ao invés de verdadeira igualdade de oportunidades. Para os conservadores, as cotas violam o princípio da meritocracia, que prega que as oportunidades devem ser baseadas no mérito individual, e não em características como cor de pele ou origem social. Eles argumentam que as cotas são injustas porque desconsideram o esforço pessoal e criam uma desigualdade artificial, perpetuando divisões ao invés de promover igualdade de oportunidades reais. Na visão conservadora, uma sociedade justa é aquela em que todos têm a chance de competir em pé de igualdade, sem privilégios concedidos com base em questões raciais ou de gênero.
Outro tema vital na agenda conservadora é a proteção da propriedade privada, uma pedra angular da liberdade individual e do incentivo à prosperidade econômica. Os conservadores acreditam que proteger os direitos de uso e posse de propriedades estimula o investimento e a inovação, fundamentais para o crescimento econômico saudável.
A direita enfatiza que sua oposição a certas políticas não se traduz em preconceito. Valoriza-se a convivência harmônica com as diferenças, enquanto se defende a liberdade religiosa e a preservação da instituição familiar como pilares essenciais da sociedade.
Carlos Arouck, policial federal, é formado em Direito e Administração de Empresas.
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