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Lendas e histórias nos contam que o Brasil foi descoberto por acaso. Crescemos acreditando que um hábil comandante náutico teria cometido um erro qualquer durante o percurso rumo às Índias e acabado por chegar à costa da Ilha de Vera Cruz, o atual Brasil.
Outra crença que nos ensinaram é a de que, na política, devemos escolher entre esquerda, centro e direita. Há ainda quem se limite a definir uma variação mais atual do conceito como “centro alguma coisa”. Pois bem, e aqueles que não se identificam com nada disso? Ficam como?
Enquanto estivermos politicamente polarizados entre direita e esquerda, defendendo clãs formados por usurpadores da energia e da riqueza alheia, o Brasil continuará reforçando sua posição de patinho feio mundial, condenando milhões de brasileiros à pobreza
Sempre que me perguntam sobre direita e esquerda, aponto o caminho para a frente e evito falar em caminho do meio. O único “meio” em que me concentro é o de produção. Para a frente é para onde quero ir – e levar os meus. Em um país com características naturais tão singulares quanto o Brasil, o maior desastre natural orbita, literalmente, entre direita e esquerda na política. Não há nada mais danoso para o povo brasileiro do que o nosso atual sistema político – e aqui não me refiro a presidencialismo ou parlamentarismo.
Clãs como os de Bolsonaro e Lula corroem toda a riqueza que poderíamos estar gerando para a população, pois, politicamente, atrapalham todos os que querem viver o melhor que o Brasil pode oferecer com base no próprio trabalho e esforço. O sistema judiciário brasileiro também é falho, frágil e o mais caro do mundo, custando mais de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. O ambiente jurídico para negócios é melhor em países como Uruguai e Paraguai do que no Brasil. Aqui, até mesmo o passado é incerto: ministros da Suprema Corte reabrem processos arquivados para perseguirem politicamente – ou até pessoalmente – pessoas e empresas.
O Brasil tem tudo para ser um país bom de morar e empreender, porém desenvolveu uma vocação para o assistencialismo e a adoração de entes políticos como Lula e Bolsonaro. E isso impede que as coisas aconteçam e prosperem por aqui.
Enquanto estivermos politicamente polarizados entre direita e esquerda, defendendo clãs formados por usurpadores da energia e da riqueza alheia, o Brasil continuará reforçando sua posição de patinho feio mundial, condenando milhões de brasileiros à pobreza. É mais do que hora de desconstruirmos o status quo da política e do judiciário, como sociedade civil organizada e darmos um basta nisso tudo.
Moisés Maciel, administrador e gestor, é CEO da A2B Industrial.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos



