Ano a ano a indústria química vem reforçando sua importância para o mercado mundial e isso não poderia ser diferente no Brasil. Por esse motivo, tenho orgulho em celebrar os 53 anos da Unipar, indústria brasileira de que sou acionista controlador. Sei que não é uma data redonda, nem mesmo o marco de um quinquênio, mas,tanto para nós como para a indústria brasileira como um todo, cada ano em operação precisa ser comemorado. Não é à toa que essa indústria teve a terceira maior participação no PIB industrial no país, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Poder contribuir para que esse indicador siga evoluindo é muito gratificante. Ainda mais quando colocamos uma lupa na história da Unipar, empresa de seis gerações de empreendedores que inaugurou a indústria petroquímica no Brasil com tudo o que ela representa de estratégico para qualquer país.
É uma história de empreendedorismo, que teve início ainda em 1940 com a fundação da Refinaria União pelo meu bisavô, Alberto Soares de Sampaio, e que pouco anos depois, em 1951, já fixou mais um marco de pioneirismo com a abertura do capital da empresa.
A partir daí, a companhia protagoniza os principais lances da consolidação da indústria petroquímica do país – é preciso dizer, praticando um capitalismo de vanguarda, de enorme visão de futuro por parte dos seus sócios e acionistas. Em 1968, por exemplo, o que já era a Petroquímica União ganhou nova composição acionária, com participações da Petroquisa, e, com isso, concretizou-se a primeira associação de capital estatal e privado no setor.
Em 1969, como União das Participações Industriais, surge a atual Unipar, cujo aniversário de 53 anos estamos celebrando, período em que não nos esquivamos do papel de protagonistas do setor químico e petroquímico e conduzimos a companhia até aqui. Somos a indústria líder na produção de cloro e soda na América do Sul, a segunda em PVC no continente e um dos atuais destaques da bolsa, graças mais uma vez à visão de futuro que tem sido nossa marca.
Mas não existe jogo ganho no capitalismo global, muito menos no capitalismo à brasileira. Agora nos defrontamos mais uma vez com os enormes desafios de erguermos nossa economia depois – se é que podemos dizer “depois” – da pandemia do coronavírus e vivendo a realidade atroz de uma guerra entre nações na segunda década do século 21.
Consternados ainda com as tantas vidas dramaticamente perdidas para a Covid-19, nos chegam as imagens aterradoras da devastação de cidades inteiras, e novamente lamentamos as tragédias das famílias atingidas de forma tão brutal. Não há distância para o nosso pesar.
Assim como não há para a competitividade das companhias brasileiras em meio a um cenário em que as dificuldades globais dos mercados pelo momento sensível se unem a uma fragilização de mecanismos de proteção do bom capitalismo, prejudicando as empresas que atuam dentro de regras basilares, como o respeito a direitos trabalhistas e a preservação do meio ambiente.
No ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial de 2021, o Brasil ficou num desconfortável 70º lugar, tendo subido apenas uma posição em relação à lista divulgada em 2018. Não é problema exclusivamente nosso, mas de todas as forças produtivas atuantes sob regimes democráticos e seus respectivos governos, que devem zelar pela proporcionalidade nas relações e pelo equilíbrio em busca de um alicerce calcado no que hoje define-se como práticas ESG, e nós, na Unipar, definimos como sustentabilidade. São soluções que passam pela nossa diplomacia ao atuar em organismos multilaterais, pelas autoridades econômicas e por nós, agentes produtivos.
Seguimos trilhando uma história de sucesso, que começou há 53 anos, e que deve se estender ainda por muitos anos. Que possamos seguir compartilhando esses momentos de conquistas e celebração com todos vocês.
Frank Geyer Abubakir é controlador e chairman da Unipar.
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