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explosão STF batom
Ataque com bombas leva nova reflexão à segurança pública e serviços de inteligência em Brasília.| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

As explosões provocadas por Francisco Wanderley Luiz no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, são mais que um ato isolado: revelam o esgotamento – para não dizer a gota d’água – da paciência de muitos brasileiros diante dos abusos percebidos na atuação do Supremo, especialmente do ministro Alexandre de Moraes. Essas explosões no STF, em um contexto de extrema polarização política, exacerba ainda mais as tensões no país. No calor das emoções, a esquerda busca construir a narrativa de que o episódio ocorrido em 13 de novembro está relacionado ao “extremismo” que teria sido fomentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem apresentar qualquer evidência, tentam associar as explosões no STF às manifestações de 8 de janeiro, na tentativa de imputar à direita a responsabilidade por esse tipo de acontecimento. Porém, é crucial que os fatos sejam analisados de forma objetiva, sem permitir que rótulos contaminem a busca pela verdade.

O ato de Francisco Wanderley Luiz, das explosões no STF, embora reprovável, não pode ser analisado de forma desconectada da realidade política e institucional do país

É evidente que atos dessa magnitude devem ser condenados veementemente. Violência e ódio, especialmente no campo da política, não podem ser admitidos. Em um país cujo fundamento é o respeito às instituições e ao Estado Democrático de Direito, conforme consagrado na Constituição Federal, é obrigação de todos os brasileiros, independentemente de ideologias, rechaçar tais práticas.

No entanto, é inevitável questionar: o que levou a essa gota d’água? Seriam os ataques às liberdades individuais, como a liberdade de expressão? Ou as tentativas desenfreadas de regulamentação das redes sociais? Talvez o desgaste tenha sido agravado pela percepção de que o Supremo, em diversas ocasiões, ultrapassou os limites de sua função constitucional.

Ao longo dos últimos anos, testemunhamos uma crescente insatisfação com a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que tem colecionado decisões vistas como autoritárias e controversas que listei em outro artigo para a Gazeta do Povo. Desde a prisão de Daniel Silveira, em 2021, passando pela perseguição a aliados do ex-presidente Bolsonaro, como Roberto Jefferson, até o inquérito das fake news e a atuação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suas ações têm gerado críticas generalizadas, não apenas entre conservadores, mas também entre cidadãos que valorizam as liberdades fundamentais e o respeito aos limites institucionais.

Mais recentemente, episódios como o bloqueio de contas bancárias de empresas, a tentativa de censura à plataforma X (antigo Twitter) e a imposição de multas desproporcionais reforçam a percepção de que há um avanço preocupante sobre direitos fundamentais. Declarações do ministro, como a de que a liberdade de expressão estaria sendo utilizada como “falso manto para discurso de ódio”, ilustram esse cenário de intervenção.

O ato de Francisco Wanderley Luiz, das explosões no STF, embora reprovável, não pode ser analisado de forma desconectada da realidade política e institucional do país. Ele simboliza a insatisfação de uma parcela significativa da sociedade que enxerga nos excessos do STF um abuso de poder e uma ameaça às liberdades individuais.

A lição que tiramos deste episódio lamentável deve ser um alerta para todos nós brasileiros. Mais do que nunca, é necessário reafirmar a importância de um Judiciário que opere dentro dos limites constitucionais e respeite os princípios que sustentam a democracia. A insatisfação popular com os rumos institucionais não pode ser ignorada, mas deve ser canalizada de forma construtiva, exigindo respeito aos direitos fundamentais e a preservação do equilíbrio entre os poderes. Como bem afirmou Montesquieu: “Não há tirania mais cruel do que a que se perpetua sob o escudo da lei e em nome da justiça.”

Fabio Oliveira é especialista em Gestão Pública e deputado estadual.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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