Quando se pensa em presentear uma criança, muito se fala em novos brinquedos – principalmente daqueles que fazem barulho, brilham, piscam. Além dos brinquedos, tablets, gadgets e outras tecnologias que em pouco tempo ficarão obsoletas, exigindo a troca por um modelo novo. Mas existe um presente que não sai de moda: um bom livro, que pode fazer parte de um combo fantástico quando é acompanhado de momentos de leitura compartilhada.
Hoje, lê-se muito, mas lê-se mal. Estamos imersos em informações desconexas nas redes sociais, com leituras sobre informações do cotidiano que não levam a um crescimento real e não permitem aprofundar o conhecimento do mundo. Lemos informações práticas, anúncios, manuais (quando os lemos por inteiro), mas temos dificuldade em encontrar tempo para os bons artigos e as grandes histórias. Um bom livro, com uma boa história, permite compreender melhor a nós mesmos, der nome aos nossos sentimentos e explorar imaginativamente diferentes formas de resolver os problemas. Por que não passar esse tesouro aos pequenos e também aos não tão pequenos?
Presentear seu filho com momentos de leitura traz grandes benefícios para seu desenvolvimento intelectual. Os bons livros apresentam o melhor da língua portuguesa e ampliam o vocabulário. Além disso, ao apresentar diferentes situações narrativas, melhoram nossa capacidade de imaginar os desdobramentos de nossas ideias e opiniões.
Pode parecer estranho para eles no início, principalmente quando estão acostumados ao excesso de estímulo e à gratificação imediata. A leitura exige um tempo de foco e concentração, ao contrário das telas que gritam em cores e sons desenvolvidos para entreter facilmente. É preciso silenciar para ler ou ouvir as grandes histórias dos livros – silêncio esse que nos torna mais abertos a momentos de reflexão e meditação.
Olhemos para as crianças com seus livros ilustrados: diferentes das imagens dos filmes e jogos eletrônicos, envolventes, estímulos fáceis de gratificação rápida, as imagens dos livros são aliadas no desenvolvimento da imaginação e da memória. As histórias aos poucos passam a fazer parte do seu universo de brincadeiras, das conversas com os adultos e auxiliam na formação de seu gosto estético.
Uma criança pequena irá pedir para ouvir a mesma história repetidas vezes. Nós acabamos enjoando dos livros infantis, eles não. Cada releitura, para eles, é uma oportunidade de acessar novamente a narrativa, os personagens, a linguagem, as emoções – e logo, naturalmente, aprender a recontar em detalhes o que aconteceu.
Patricia Bronislawski Figueredo é doutora em Letras Inglês e fundadora da Editora Mater Verbi.
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