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É Taxaad sim: a polêmica do Pix e a sanha arrecadatória do governo

Fernando Haddad
Ministro diz que governo estuda medidas no âmbito criminal contra pessoas que divulgam supostas "fake news" sobre o Pix. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

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Na reforma tributária o governo do PT criou o IVA mais alto do mundo, taxando mais o consumo, o que atinge mais os pobres. Já todas as promessas de taxação de ricos ficaram para depois, e nunca vieram. Mas veio o teto do teto, e mais uma vez o governo do PT cortou do BPC, dos deficientes, do salário mínimo, dos aposentados, e não tocou no imposto de renda ou em qualquer outra renda dos ricos, apesar de Haddad ter dito na TV que o faria.

Esse governo cumpriu a promessa de aumentar a participação do pobre no orçamento, mas do lado da receita. Ele taxou o pipoqueiro, o vestidinho da Shein, o microempreendedor individual que é chamado assim para glamourizar o terceirizado precarizado que não tem mais carteira assinada. Ou seja, o governo aprofundou a regressividade do sistema tributário mais regressivo do mundo no país mais desigual do mundo.

O desmentido da rede de desinformação petista sobre a "taxação do PIX" está fingindo que o objetivo das medidas do governo não é pegar na malha fina o pipoqueiro, o camelô e a diarista

No governo do PT, pobre paga mais percentualmente que antes que o rico. E a desigualdade vai aumentar. Nesse contexto é fácil entender porque a "fake news" da taxação do PIX pegou. Porque é uma forma fácil das pessoas entenderem aquilo que elas percebem que está acontecendo.

E o que está acontecendo é que todo o esforço de arrecadação do governo está concentrado na classe média e baixa, tudo para pagar aos bancos e super-ricos sua renda mensal parasitária no país dos juros mais altos do mundo.

O desmentido da rede de desinformação petista sobre a "taxação do PIX" está fingindo que o objetivo das medidas do governo não é pegar na malha fina o pipoqueiro, o camelô e a diarista. São as vítimas de sempre pagando aos agiotas de sempre. E não, o agiota não é o Estado. O Estado é o cobrador do agiota. Tudo para alimentar o modelo econômico falido mais dois anos.

O modelo que destruiu o país que mais cresceu no mundo entre 30 e 80, que nos desindustrializou, concentrou o sistema bancário, nos cafetizou. Nós avisamos que seria assim. Que já tinha sido assim. O que está acontecendo com o Brasil é culpa de quem votou no Lula no primeiro turno. O que agora falta entender é que tipo de gente ainda apoia esse governo.

Gustavo Castañon é professor de Filosofia e Psicologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Costuma fazer reflexões diárias sobre política ou filosofia no Twitter e no Facebook.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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