Com o fim do primeiro turno das eleições de 2022, líderes partidários já trabalham com expectativas de avançar ao menos com duas propostas tidas como prioritárias para os próximos meses no Congresso Nacional: o piso da enfermagem e o Orçamento de 2023. Durante o período eleitoral, o Congresso praticamente não funcionou porque os parlamentares estavam em campanha. Uma proposta autoriza que estados e municípios realoquem recursos financeiros destinados ao combate à pandemia de coronavírus para outras áreas da saúde – o que pode incluir o pagamento de pessoal. Com isso, o Congresso espera viabilizar o pagamento do piso para enfermagem, que já havia sido aprovado, mas que foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além do piso da enfermagem, a discussão sobre o Orçamento para 2023 também vai dominar as discussões da atual legislatura da Câmara e do Senado. Reservadamente, líderes da oposição admitem que uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno pode interferir na tramitação da proposta. O petista é um dos principais críticos das emendas do relator, apelidadas de "orçamento secreto".
Institutos de pesquisas que erraram nas intenções de voto para o primeiro turno das eleições precisam ser investigados e podem até ser responsabilizados criminalmente, de acordo com Adriano Soares da Costa, ex-juiz de Direito, autor do livro "Instituições de Direito Eleitoral" (2006). Para ele, os números divulgados por órgãos como Datafolha e Ipec foram “a maior fake news” das eleições e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem o dever de se manifestar sobre o assunto. O jurista também diz que as pesquisas podem ter ferido o princípio da boa-fé objetiva, previsto no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. Um dos indícios que apontam para a necessidade de investigação, na opinião de Costa, é que o erro teve viés ideológico. Os órgãos de imprensa que divulgaram as pesquisas também podem ser incluídos nas investigações e, se agiram de má-fé, podem ser responsabilizados criminalmente, especialmente se divulgaram notícias com o objetivo de ludibriar os eleitores sobre a realidade.
As eleições do domingo (2) tiveram a vitória de nove ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL). Cinco foram eleitos senadores e quatro conquistaram vagas na Câmara dos Deputados. Damares Alves (Republicanos-DF), ex-titular da pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos; Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional; Marcos Pontes (PL-SP), ex-titular da Ciência e Tecnologia; Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura; e Sergio Moro (União Brasil-PR), que comandou o Ministério da Justiça e Segurança Pública assumem vagas no Senado em 2023. Dois ex-ministros estão na disputa do segundo turno das eleições para governos estaduais. Onyx Lorenzoni (PL) no Rio Grande do Sul e Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo. Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), ex-titular do Turismo; Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde; Osmar Terra (MDB-RS), ex-titular da Cidadania; e Ricardo Salles (PL-SP), que foi o ministro do Meio Ambiente, conquistaram uma cadeira na Câmara dos Deputados. As eleições tiveram ainda a vitória de dois grandes aliados de Bolsonaro: Jorge Seif (PL), eleito senador por Santa Catarina, e Mario Frias (PL), ex-secretário da cultura, que se elegeu deputado federal por São Paulo. Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, disputa o cargo de vice-presidente na chapa encabeçada por Bolsonaro. Outros cinco ex-ministros da atual gestão que encararam as urnas foram derrotados. Abraham Weintraub, ex-titular da Educação, tentou uma vaga de deputado federal pelo PMB de São Paulo e Luiz Henrique Mandetta, que comandou a Saúde, tentou a vaga de senador pelo União Brasil do Mato Grosso do Sul. João Roma (PL), candidato ao governo da Bahia e ex-ministro da Cidadania; Flávia Arruda (PL), candidata ao Senado pelo Distrito Federal e ex-ministra da Secretaria de Governo; e Gilson Machado (PL), candidato ao Senado por Pernambuco e ex-ministro do Turismo também não se elegeram.
O empresário Elon Musk fez uma nova proposta para compra do Twitter, segundo informações da agência Bloomberg. A oferta, que manteve o valor de US$ 54,20 (cerca de R$ 278) para cada ação da empresa, foi feita através de uma carta. Com os rumores, as ações do Twitter apresentaram um salto de mais de 15% no início da tarde de terça (04). O bilionário voltou atrás da oferta que tinha feito no começo do ano, afirmando que o Twitter mentiu sobre o número de contas falsas – ou “robôs” – presentes na plataforma. Esse dado, de acordo com Musk, é algo crucial na determinação do valor da empresa e do seu potencial de faturamento.
A opinião de Thaméa Danelon, que comenta sobre políticos envolvidos na operação Lava Jato que se candidataram nessas eleições.
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