Responsável pela filiação de Sergio Moro no Podemos, em novembro de 2021, Alvaro Dias é considerado o mentor político do ex-juiz da Lava Jato, que naquele ano chegou ao partido com status de presidenciável e com apoio do padrinho para a candidatura ao Palácio do Planalto.
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O livro “A travessia de Alvaro Dias”, do jornalista José Antonio Pedriali, lançado na última semana, lembra que em março do ano seguinte Moro “bandeou-se” para o União Brasil como candidato a senador, mas seu novo domicílio eleitoral, São Paulo, foi rejeitado pela Justiça Eleitoral, o que forçou o retorno ao estado do Paraná, colocando Moro e Alvaro na disputa pela mesma cadeira no Senado.
O ex-juiz da Lava Jato superou nas urnas o ex-aliado e padrinho nas eleições 2022 e também deixou para trás o candidato Paulo Martins (PL), que tinha o apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a biografia, no discurso de agradecimento pela campanha, Alvaro Dias citou o seu padrinho político João Olivir Gabardo. “Venho de longe, mas ele é que deu a largada. Foi ele que me convocou para essa atividade. Foi ele que me jogou na selva política. Essa selva de inversão de valores, da ingratidão, da incompreensão, da traição”, discursou o ex-senador. Nas palavras de Pedriali, “Alvaro não poderia enviar mensagem mais clara, e contundente, ao seu principal adversário do que aquela”.
Questionado sobre a atitude do ex-juiz da Lava Jato, que venceu a disputa eleitoral contra o mentor político, Alvaro Dias respondeu durante entrevista à Gazeta do Povo que “não há ressentimento”, mas acrescentou que suporta a ingratidão. “Quem tem a coragem de fazer o bem, tem que ter a sabedoria de suportar a ingratidão. Eu não dou relevância ao procedimento das pessoas, tem que respeitar as decisões pessoais. Não guardo ressentimento, não tenho ressentimento, não”, declarou.
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