A arquitetura portuguesa, o Pico do Marumbi e a gastronomia são atrativos que impulsionam a economia de Morretes, município de pouco mais de 16 mil habitantes localizado entre a serra e o litoral do Paraná. Passeios ao redor da natureza têm sido um foco de desenvolvimento.
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Pelo fluxo do trem turístico da Serra do Mar, Morretes recebe em média 1,3 mil passageiros diariamente. E, segundo a Secretaria de Cultura e Turismo, nos últimos finais de semana, a cidade recebeu mais de 8 mil veículos. “Somente com o trem é uma média de 290 mil turistas por ano, fora os passageiros que vêm com carros, ônibus de excursão e vans que não conseguimos mensurar, mas é um número expressivo”, afirma Patrícia Assis, secretária de Cultura e Turismo de Morretes.
A atividade turística é a principal fonte econômica do município. De acordo com a secretária, mesmo em períodos fora de temporada, o turismo é perene. “O turismo é uma atividade característica e faz o movimento socioeconômico acontecer, faz a distribuição da renda”, destaca.
A fonte econômica do turismo é reflexo dos turistas que gastam na cidade com alimentação e lembrancinhas. Patrícia diz que o turista gasta uma média de R$ 450 na cidade. “Gasta na sorveteria, no almoço e com souvenirs. Esse valor já livre de combustível ou do bilhete do trem. É um ticket médio alto, que fica e gira a economia local”, avalia.
Atividades de aventura e trem são atrativos da cidade
O trem que sai de Curitiba (PR) e desembarca em Morretes é um dos principais atrativos. O público também é atraído para as trilhas e atividades de cicloturismo, caiaque, arvorismo, tirolesa e bóia cross. "O turismo de natureza é o nosso grande mote de desenvolvimento territorial. Os segmentos de turismo de natureza têm sido nosso ponto focal de desenvolvimento e maior comercialização”, acrescenta a secretária de Cultura e Turismo de Morretes.
O Ekôa Park é uma das empresas que proporcionam experiências na natureza aos turistas. A diretora do empreendimento, Tatiana Perim, diz que a ideia é gerar interesse em um turismo responsável. "O Ekôa está localizado no São João da Graciosa, em uma área de 238 hectares, da qual apenas 10% é aberta para atividades. Trabalhamos com educação ambiental e fazemos um encantamento com diversão através da natureza”.
Desde a fundação, em 2018, o Ekôa Park recebeu 70 mil pessoas interessadas em atividades de arvorismo, caiaque, tirolesa, voo cativo de balão e rapel de balão. Também há excursões escolares, com oficinas e educação ambiental.
Morretes serve 3 mil pratos de barreado em fim de semana
O barreado é o prato típico do litoral do Paraná, reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com selo de Indicação Geográfica (IG). Nos finais de semana, nos dez restaurantes cadastrados na Associação de Restaurantes e Similares de Morretes e Região, em torno de 3 mil pratos de barreado são servidos.
O restaurante Madalozo é um dos principais da região. Hoje com mais de 60 funcionários, o estabelecimento foi um dos primeiros a servir o famoso barreado. A proprietária Tania Madalozo conta que o pai dela fundou o restaurante em 1967, tendo começado a servir o barreado no ano de 1972. “O prato agradou muito o paladar. Quem frequentava mais eram os curitibanos no final de semana”, lembra ela.
Na época, somente dois restaurantes serviam o barreado. “Depois começaram a abrir vários restaurantes em virtude do sucesso do barreado e de Morretes. O volume de turistas também aumentou”, pontua.
Com uma base de carne, toucinho e temperos, o barreado chega a ficar na panela por até 20 horas. Esse preparo faz parte da receita tradicional que tem o selo de indicação geográfica. Segundo Tania, o reconhecimento contribuiu para a visibilidade da gastronomia de Morretes. “Foi um trabalho de sete anos junto ao Inpi. Para a região de Morretes, percebemos uma curiosidade das pessoas chegando e perguntando sobre a certificação. Para nós é importante preservar a receita do barreado com o modo de fazer e do servir. Há muitos modos de fazer e de servir, mas a receita original é nossa maior preocupação e conseguimos protegê-la com o selo”, conta Tania.
Morretes é berço da cachaça
No final de dezembro do ano passado, o Inpi reconheceu Morretes como centro de produção de aguardente de cana e cachaça. No município está localizado o segundo alambique mais antigo registrado no Brasil, datado de 1733, às margens do Rio Nhundiaquara. Alambique é o equipamento usado para fazer a destilação para a cachaça artesanal.
“Morretes faz cachaça desde 1733, há registros disso. É o berço da cachaça. Chegamos a ter 62 alambiques aqui. Hoje temos cachaça industrial e cachaça de alambique”, explica Sadi Poletto, proprietário da Casa Poletto, fabricante da bebida há uma década. Ele conta que a cachaça mais vendida é a tradicional, cachaça de alambique.
Morretes é referência na produção da bebida, que soma de 20 mil a 25 mil litros de produção anual na Casa Poletto. A Cachaça Ouro de Morretes, produzida pela empresa, já participou de três premiações internacionais no Concurso Mundial de Bruxelas, na Bélgica. Com a Cachaça Ouro Premium conquistou medalha de ouro, premiação que se repetiu com a Cachaça Extra Premium (armazenada em carvalho por cinco anos). Por sua vez, a Cachaça Prata recebeu a medalha de prata no evento. “Trabalhamos na qualidade do produto. Fomos três vezes no concurso de Bruxelas e premiados. Isso indica que estamos no caminho certo”, ressalta Poletto.
Morretes pode ser reconhecida como berço nacional do montanhismo
No começo de dezembro, a Comissão de Educação do Senado aprovou o projeto de lei 5.087/2023, que concede ao município de Morretes (PR) o título de “Berço Nacional do Montanhismo”. O texto é do senador Flávio Arns (PSB-PR). A proposta segue para análise na Câmara dos Deputados.
Segundo o texto, foi na região de Morretes o primeiro registro histórico de atividade de montanhismo no Brasil, há cerca de um século e meio. “A cultura local também contribui para a relação entre o montanhismo e Morretes. A cidade preserva tradições históricas e culturais que encantam os visitantes. Após uma aventura nas montanhas, é possível explorar o centro histórico de Morretes, com suas casas coloniais bem preservadas e uma rica culinária típica, que inclui o famoso barreado e a cachaça de banana”, diz o projeto.
A secretária de Cultura e Turismo de Morretes pontua que o projeto ajuda a cidade a ter um posicionamento no mercado turístico. “Nós temos trabalhado essa visão para além do barreado e do trem, com componentes que possam melhorar e aumentar o tempo de permanência do turista”.
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