No interior do Paraná, na cidade de Mandaguari, está localizado o Centro de Inovação da Superbac, empresa que está na vanguarda com o uso da bioinformática para alavancar a agricultura brasileira. É lá que está aquela que é considerada, pela empresa, como a mais recente e moderna biofábrica da América Latina. Com investimento de R$ 100 milhões, o projeto tomou forma a partir do que há de mais moderno em modelos inspirados da Europa, Canadá e EUA. O resultado? Estudo do solo, para entender a nutrição e a fertilidade da terra, com uma equipe qualificada de 70 pesquisadores.
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A bioinformática é uma área da ciência relativamente nova na área da indústria. A principal função é integrar dados biológicos com dados de computação.
“Trabalhamos com sequenciamento de DNA, interpretamos dados de microrganismos que vivem no solo e tentamos entender, de forma integrada com dados de fertilidade, como o solo está melhorando, qual o perfil de solos saudáveis”, explica Leonardo Alves, coordenador de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Superbac.
Bioinformática pode auxiliar na produtividade da agricultura
A Superbac atua em todo o Brasil na produção de fertilizantes e condicionador biológico de solo. Há no mercado soluções de fertilizantes químicos, que fornecem às plantas nutrientes para crescerem de forma saudável.
“A gente atua no setor de fertilizantes com biotecnologia para o suprimento de plantas. Nosso produto tem matéria orgânica e bactéria. É uma solução voltada para um viés sustentável que entrega produtividade também”, evidencia Alves, doutor em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp e um dos responsáveis pelas pesquisas do Centro de Inovação da Superbac.
Um dos setores mais impactados com os produtos e pesquisas da Superbac é a área agrícola. A empresa tem amostras de solo, iodo, água subterrânea (para biorremediação), tanques de piscicultura, biodigestores e raízes de plantas.
Nesse sentido, a compreensão do solo e dos microrganismos fazem com que o agricultor possa ter produções eficientes e sem perdas. “A ideia é entender a interação dos microrganismos e a composição dos solos para melhorar o desenvolvimento de produtos e colaborar na tomada de decisão para o manejo. Quando o agricultor conhece melhor esse componente do solo, pode pensar em uma estratégia diferente na hora de manejar o solo”, destaca Alves.
Solos mais saudáveis tendem a ter produções melhores. Segundo Alves, naturalmente, há uma melhora na atividade biológica, ou seja, as plantas vão estar mais preparadas para absorver os nutrientes, além de diminuir a probabilidade de perda da plantação. “Na academia já tem alguns anos de atuação da bioinformática, mas na indústria ainda está começando. Várias empresas estão atuando e tem potencial, pois ajuda a olhar informações genéticas que a gente não podia olhar antes”.
Projeto da Superbac mapeia solos do Brasil
O Centro de Inovação da Superbac tem um projeto de mapeamento de solos de todas as regiões brasileiras, chamado Smartdata. “Já mapeamos milhares de amostras da área de agricultura do Brasil e análise de solos e enzimas. Estamos mapeando a área de agricultura, para ter amostragens e saber como é o solo do Brasil”, conta Alves.
O projeto que está em aplicação há cinco anos também é analisado através da bioinformática. A ferramenta Databac é utilizada para interpretar esses dados. De acordo com o coordenador de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Superbac, a proposta é mapear a extensão do potencial de produtividade para a agricultura. “A gente passa a entender como funciona a interação solo e nutrição, porque consideramos esse componente da microbiologia do solo”, complementa.
“Pretendemos expandir a participação no mercado do agronegócio”, diz Superbac
O Centro de Inovação da Superbac abrange soluções de saneamento, óleo e gás, bens de consumo, farmacêutico, cosméticos e alimentação humana e animal. O coordenador de pesquisa, desenvolvimento e inovação da empresa destaca a localização estratégica no Paraná, onde há forte concentração de agricultores, pelo conhecimento e pela logística.
“É uma região forte para a agricultura. Para nós é muito importante. Mas isso não impede de ter clientes em outros estados. Estamos em uma região que tem muitas pessoas qualificadas, com universitários da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e da UEM (Universidade Estadual de Maringá), que podem trabalhar com pesquisa”, diz.
Apesar da atuação ser em diversos segmentos, a empresa pretende expandir em soluções para a agricultura. “Pretendemos expandir a participação no mercado do agronegócio e soluções ambientais, pois são mercados muito grandes”, ressalta Alves.
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