Em mais de 10 anos de história, o grupo que concentrava as principais instituições de representatividade dos setores produtivo e empresarial do Paraná, o G7, sofreu a primeira baixa.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
Em um documento de poucas linhas, mas direto e objetivo, datado do fim de julho, mas que só ganhou notoriedade agora, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep/Senar), Ágide Meneguette, afirma que “embora os setores econômicos tenham várias pautas comuns, suas demandas nem sempre coincidem, o que acaba criando um certo desconforto para a Federação”.
À Gazeta do Povo, o presidente da Faep disse que o órgão pediu para deixar o bloco por falta de alinhamentos. A Faep não participará, como representada pelo grupo, das reuniões agendadas para esta quinta-feira (30) em Brasília, na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As reuniões tratarão dos entraves envolvendo o longo processo do pedágio no estado e as condições das rodovias até que as concessionárias assumam os trechos.
“Naquilo que nos une, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná continuará solidária e dará o melhor do seu esforço na busca de solução. No entanto, por existirem pautas e decisões sem afinidades, que podem causar constrangimentos entre nós e as demais entidades do grupo, decidimos nos retirar do G7 para focar apenas nos interesses dos produtores rurais”, considera o documento de desligamento.
G7 mantém participação em pautas econômicas e de desenvolvimento no estado
Formado por Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), a Associação Comercial do Paraná (ACP), a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) e, até então pela Faep, o G7 mantém participação decisiva em pautas econômicas e de desenvolvimento no estado. Até o momento informal, o G7 funciona sem estatuto e sem regulamento de criação.
A reportagem da Gazeta do Povo apurou que, nos bastidores, a informação é que o grupo estaria perdendo força e campo de atuação, com avaliação de outros setores participantes sobre a possibilidade de deixar o coletivo, apesar de não ter havido nenhuma outra formalização. Entre os motivos estariam interferências do governo estadual que não permitiriam espaços para atuação precisa e incisiva do colegiado. A Faep, no entanto, não abordou esse ponto em específico.
O governo do Estado não se posicionou sobre possíveis atos de interferência em ações ligadas ao grupo e comentou que vai se pronunciar "se tiver algo mais concreto".
O coordenador do G7, o empresário e presidente de Faciap, Fernando Moraes, disse que, como o grupo não possui as formalizações necessárias, como um estatuto próprio de criação, não há impedimento que determinadas entidades não compactuem com algum ou alguns temas abordados pelo G7.
Moraes comenta ainda que o G7 atua em pautas ligadas às questões tributárias no Paraná, como o possível aumento da alíquota do ICMS; infraestrutura e logística, com as reuniões desta semana em Brasília; e que não há como alguma instituição deixar um grupo que formalmente não está constituído. “É um grupo que se une para pautas comuns, quando não há pactuação de pautas se responde, se manifesta pelas entidades. É um grupo formado pelo setor produtivo para defesa das pautas de interesse de todos. Quanto às questões relacionadas a governo (possível interferências), não sei do que se trata, não consigo opinar”, responde.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião