Preso desde 2022 no presídio de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, José Raylan de Lima, de 25 anos, é considerado o líder de um grupo de extermínio no Paraná. O grupo é acusado pelo Ministério Público do estado (MP-PR) de executar mais de 20 pessoas. Segundo as investigações, a motivação seria disputa por pontos de drogas em cidades paranaenses e entre facções criminosas locais.
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Além de planejar as mortes, Raylan de Lima assistia aos homicídios e sessões de tortura ao vivo de dentro da penitenciária estadual. De acordo com as investigações, o preso havia obtido conivência de um policial penal e conseguiu um celular, a partir do qual fazia a escolha dos alvos e chamadas de vídeo com integrantes da facção que filmavam os crimes para ele.
O MP acredita que a facção se estruturou nos últimos anos contando com hierarquias bem definidas:
- chefe do grupo – responsável por aceitar novos membros e escolher alvos
- setor financeiro – contabilizar lucros advindos do tráfico de drogas
- executores – membros de confiança que executam rivais
- logística – setor para viabilizar o transporte das ações da facção
- olheiros - responsáveis por identificar e vigiar possíveis novos alvos da facção.
Um dos métodos utilizados pela facção é o recrutamento de adolescentes, estratégia utilizada para obter penas reduzidas em caso de prisão. Os criminosos atuavam principalmente nas cidades de Ponta Grossa, Ivaí e Carambeí.
O grupo liderado por Raylan de Lima é acusado por uma vasta lista de crimes:
- milícia;
- associação criminosa;
- corrupção de menores;
- tráfico de drogas;
- lavagem de capital;
- posse e porte ilegal de armas;
- corrupção ativa e passiva;
- homicídio.
Somadas, as penas podem ultrapassar 700 anos de prisão.
Polícia Civil identifica membros do grupo de extermínio do Paraná
No último dia 11, a Polícia Civil (PC) deflagrou uma operação para prender parte do grupo de extermínio que atuava no Paraná. Os agentes prenderam 12 suspeitos. Segundo apuração da Gazeta do Povo, os investigadores identificaram cerca de 30 suspeitos de integrarem a facção criminosa - um terço deles seriam adolescentes. A força-tarefa para tentar acabar com o grupo de extermínio do Paraná é composta pela PC, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela Polícia Penal e pela Polícia Militar.
Além da busca pelo domínio do tráfico de drogas na região, o grupo de extermínio tinha nos planos executar desafetos e rivais da facção. Além das 24 mortes associadas ao grupo, o Gaeco descobriu outros planos de execução que não foram completados mas que listavam seis execuções envolvendo líderes de outras facções.
Os investigadores acreditam que prenderam mais da metade do grupo, mas pelo menos 10 integrantes da facção seguem soltos. A Polícia Penal informou à Gazeta do Povo que o chefe do grupo, Raylan de Lima, não foi transferido e segue na penitenciária estadual de São José dos Pinhais.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, não respondeu ao questionamento da reportagem se o preso possui pedido de transferência para uma penitenciária federal. A reportagem também tentou contato com a defesa de José Raylan de Lima, mas não conseguiu contato. O espaço segue aberto para manifestações.
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