Cem anos podem até representar o final de uma geração, de um período ou de uma vida. Mas todo fim é uma partida. A centena não é sentença diante do ritmo contínuo de pulsação do dia a dia, que impõe a necessidade de inovação e transformação ancoradas em princípios. Há cinco anos, a Gazeta do Povo comemorava 100 anos. Entre congratulações e comemorações pela marca centenária, o país impunha suas pautas.
Naquele início de fevereiro, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se recuperava de uma cirurgia em decorrência do atentado sofrido nas eleições de 2018. Sergio Moro era o novo ministro da Justiça e apresentava o Pacote Anticrime ao Congresso Nacional.
Nos dias seguintes, o incêndio do Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro, com a morte de promessas do futebol no Flamengo; a queda de helicóptero do jornalista Ricardo Boechat em São Paulo e os depoimentos do caso Daniel em Curitiba. A pauta impiedosa do tempo seguiu em frente no período que foi marcado pela pandemia de Covid-19, a presidência de Jair Bolsonaro e a disputa eleitoral vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deixou a prisão na sede da Polícia Federal no final de 2019.
No mesmo ritmo dos acontecimentos, a Gazeta do Povo se consolidou entre os principais jornais digitais do país nos últimos cinco anos com cerca de 125 mil assinantes, mantendo em seu DNA os princípios do jornalismo de qualidade e da defesa pela liberdade de expressão. Cinco anos no ritmo atual com a entrega de um novo jornalismo com a mesma qualidade do século que ficou para trás.
As principais coberturas da Gazeta do Povo entre 2019-2023
- 2019
Após vencer nas urnas, Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República no dia 1º de janeiro e pediu por um “pacto nacional” em seu primeiro discurso no Congresso Nacional. “Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã, combater ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser livre das amarras ideológicas”, afirmou durante o discurso, que apontava para o cumprimento de promessas de campanha como a flexibilização da posse de armas.
Uma das principais vitórias do primeiro ano de mandato foi a aprovação da reforma da Previdência, prioridade na gestão do então ministro da Economia, Paulo Guedes, que defendia uma economia de R$ 1,2 trilhão ao longo de 10 anos. Com a derrubada de alguns pontos na tramitação no Congresso, a perspectiva caiu para uma economia de R$ 800 bilhões aos cofres públicos em uma década. A reforma estabelece novas regras de aposentadoria e pensão, como idade mínima para aposentadoria. Saiba mais na página especial produzida pela Gazeta do Povo sobre a reforma da Previdência.
- 2020
Após o primeiro ano da gestão Bolsonaro, o mercado tinha uma alta expectativa para a economia do país em 2020. Mas a pandemia do coronavírus mudou do dia para noite o cenário global. No final de fevereiro, o primeiro caso foi confirmado no Brasil e, na segunda quinzena do mês de março, o “lockdown” impôs a primeira quarentena de isolamento na tentativa de conter o avanço da Covid-19.
O resultado foi uma nova recessão econômica com a limitação da abertura apenas de serviços essenciais como hospitais, postos de saúde e supermercados. As medidas de fechamento do comércio foram estendidas por períodos variados determinados por estados ou municípios, que passaram a ter autonomia para decisões, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A pandemia também impactou as eleições municipais de 2020, que foram adiadas para novembro como medida de prevenção, com uso de máscara obrigatório, horário diferenciado para eleitores idosos e justificativa de ausência para pessoas com febre ou com teste positivo de Covid-19.
- 2021
O ano político começou com as atenções voltadas para os Estados Unidos. Apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio, em Washington, durante a sessão de certificação dos votos e oficialização do nome do democrata Joe Biden como novo presidente americano.
No Brasil, o ano começou com a chegada das vacinas da Covid-19 em pauta, assunto que iria dominar o noticiário nacional em 2021. A primeira vacinada foi a enfermeira Mônica Calazans, que recebeu a dose da Coronavac em São Paulo, no dia 17 de janeiro, acompanhada do ex-governador João Doria.
A vacinação da Covid-19 também motivou a abertura da CPI da Pandemia no Senado, que teve como relator Renan Calheiros. Após seis meses, o relatório final apontava para a existência de um gabinete paralelo com orientações ao então presidente Bolsonaro sobre as ações de combate ao coronavírus. Além disso, a comissão afirmou que houve atraso injustificado do governo na aquisição das vacinas e disseminação de notícias falsas. Foi defendida a ineficácia do tratamento precoce para a Covid-19.
A Procuradoria Geral da República pediu ao STF o arquivamento da investigação em 2022, o que foi aceito no Supremo. Mas em 2023, o ministro Gilmar Mendes pediu o desarquivamento do processo contra a gestão do ex-presidente Bolsonaro.
- 2022
As eleições de 2022 colocaram frente a frente os dois maiores ícones da polarização política do país nos últimos anos: Bolsonaro e Lula chegaram ao segundo turno da eleição presidencial mais disputada desde a redemocratização no Brasil.
A eleição foi marcada por polêmicas como a defesa do voto auditável, a participação das Forças Armadas no processo de apuração e o ativismo judicial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), temas que fizeram parte da cobertura diária da Gazeta do Povo.
No dia da votação e apuração do resultado, o ex-presidente Lula venceu com 50,9% dos votos válidos. A vitória do petista foi contestada nas ruas. Manifestantes acamparam em frente a quartéis do Exército pelo país e caminhoneiros bloquearam rodovias.
- 2023
Oito de janeiro de 2023. Uma semana após a posse presidencial de Lula para o terceiro mandato, manifestantes protestaram na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O protesto terminou com a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). O sigilo das imagens da câmera de segurança e a atuação do então ministro da Justiça, Flávio Dino, foram questionados pela oposição. Esse era só o início do episódio que dividiu o país, apesar da promessa de união feita pelo presidente eleito.
Centenas de cidadãos foram presos e permaneceram detidos por meses. Alguns manifestantes foram condenados pelo ministro Alexandre de Moraes e outros liberados sem denúncias formais na Justiça após o período de cárcere. O empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu no dia 20 de novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Opositores do presidente Lula também sofreram derrotas judiciais. Bolsonaro ficou inelegível por oito anos após decisão do TSE, que condenou o ex-presidente por abuso de poder e desvio de finalidade por uma reunião com embaixadores com críticas à credibilidade das urnas eletrônicas.
Em maio do ano passado, o TSE também cassou o registro de candidatura de Deltan Dallagnol, que perdeu o mandato de deputado federal. No segundo semestre de 2023, o ministro Dias Toffoli anulou as decisões da Lava Jato contra o presidente Lula e classificou a prisão do petista como o “maior erro do judiciário brasileiro”.
Quem também entrou na mira foi o senador Sergio Moro, que terá a conduta investigada pelos acordos da Lava Jato e passará por julgamento, previsto para este mês de fevereiro, pela acusação de abuso de poder econômico na campanha eleitoral, que pode cassar o mandato e deixar o ex-juiz inelegível por oito anos.
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