Como Foz do Iguaçu tenta atrair voos internacionais da Copa Airlines

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A Copa Airlines é um dos principais desejos das cidades e administradores de aeroportos do Brasil e Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, almeja fazer parte das rotas e conexões da companhia. Com cerca de 100 aviões na frota, a empresa aérea panamenha tem um ponto de conexão com 32 países das Américas a partir do aeroporto de Tocumen, na Cidade do Panamá, incluindo 16 destinos nos Estados Unidos e dezenas de outros espalhados pelo Caribe, como México, Aruba, Porto Rico, República Dominicana, Jamaica e outros.

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Para convencer a empresa a voar para a cidade paranaense foi montada uma espécie de força-tarefa entre alguns interessados pela concretização da rota com a participação da prefeitura de Foz do Iguaçu, governo do Paraná, Parque Tecnológico de Itaipu e a entidade de promoção turística Visit Iguassu, além da CCR Aeroportos, a concessionária administradora do aeroporto de Foz.

Em junho, a delegação partiu para o Panamá para apresentar a cidade para a companhia aérea. Em reunião com representantes da Copa Airlines, além do potencial turístico da cidade e da região, a missão paranaense mostrou outros possíveis destinos no estado e os investimentos recentes no aeroporto. Um protocolo de intenções chegou a ser entregue à Copa Airlines para formalizar o desejo pelo voo internacional.

“O que faz subir ou descer na preferência [da companhia] é o pacote de apresentação do que o Paraná e Foz têm e como a CCR pode apoiar. Mais do que uma proposta financeira, é mostrar que todos estão juntos”, comenta a gerente executiva de Negócios Aéreos da CCR, Graziella Delicato. Essa estratégia é usada para qualquer prospecção de rota, não só para a Copa.

O “pacote” de atrativos é a mesma estratégia usada por Florianópolis para atrair a companhia aérea panamenha, que iniciou três voos por semana para a capital catarinense no fim de junho — em setembro a rota ganhará mais uma frequência semanal.

O potencial turístico de Foz é incontestável, principal destino no Paraná, mas também um dos preferidos em todo o Brasil, inclusive de turistas estrangeiros. Em 22 de julho, o Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas do Iguaçu, chegou a 1 milhão de visitantes em 2024. Desse total, 41% vieram de outros 167 países. Entre as nacionalidades mais assíduas estão Argentina, Estados Unidos, Paraguai, França, Alemanha, Espanha, Chile, Peru e Inglaterra.

Hoje, o aeroporto de Foz do Iguaçu tem voos internacionais apenas para a Santiago, no Chile, pela empresa low cost JetSMART. Antes da pandemia, a Latam voava para Lima, no Peru. A companhia aérea chegou a anunciar a retomada da rota em 2023, mas decidiu adiar os planos.

Mercado brasileiro é estratégico para a Copa Airlines

Além de Foz do Iguaçu, a delegação brasileira também espera que a Copa Airlines reconheça que há público potencial para lotar os aviões da companhia em voos para os demais destinos oferecidos para países das Américas. Isso se estende a Curitiba, que é um dos principais mercados da companhia no Brasil, mesmo sem ser atendido por voos. A capital paranaense também pretende ter voos diretos para o Panamá, mas somente em 2026, depois da construção da terceira pista do aeroporto Afonso Pena, quando terá condições técnicas de um voo desse porte.

A companhia aérea tem no país a principal operação na América do Sul, voando para sete cidades e somando 90 voos semanais em Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus, Brasília e Porto Alegre — os voos para a capital gaúcha estão suspensos temporariamente devido ao fechamento do aeroporto Salgado Filho.

A expansão da Copa Airlines no mercado brasileiro também significa concorrência local. Além dos destinos já atendidos, Foz do Iguaçu vê outras cidades que compartilham do mesmo desejo de atrair a companhia, entre elas, algumas capitais nordestinas. Salvador, por exemplo, tinha duas frequências semanais para a Cidade do Panamá antes da pandemia e agora tenta retomar a conexão. Enquanto isso, Recife também pretende se tornar uma base da empresa na região.

Nessa disputa, Foz do Iguaçu fica em compasso de espera, sem saber quando e se conseguirá um voo direto para o Panamá. O governo do Paraná, por meio da Secretaria de Turismo, informou à Gazeta do Povo que o voo é “estratégico” e que “até o momento, a Secretaria não teve a confirmação de que a conexão direta pode acontecer”. A Copa Airlines, por sua vez, comunicou que “não há o que falar sobre esse tema” no momento.