Com mais de R$ 55 milhões em ações de sustentabilidade nos últimos dois anos, a Frimesa Cooperativa Central tem previsão de investir mais R$ 50 milhões em projetos sustentáveis e lançou metas até 2040, desde carbono zero até embalagens biodegradáveis. A empresa aposta na sustentabilidade para economia dos recursos e eficiência na produção, que aliadas geram um negócio mais rentável e lucrativo.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
O presidente executivo da Frimesa, Elias José Zydek, afirma que o tema ESG (sigla, em inglês, que significa governança ambiental, social e corporativa) foi introduzido no planejamento estratégico da cooperativa. “Isso significa que as questões de sustentabilidade, social, ambiental e governança, têm suas diretrizes, objetivos, projetos e planos dentro do planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo.”
Para Zydek, a sustentabilidade gera economia e, consequentemente, uma produção mais eficiente. “ESG significa sustentabilidade, ou seja, viabilidade. Os nossos projetos estão concentrados em diminuir CO₂ na atmosfera e o investimento torna isso viável. A transformação de CO₂ em biometano irá trazer um resultado econômico. Esse caráter de sustentabilidade, além de ambiental, tem um viés econômico”, explica.
A sustentabilidade alinhada com uma produção eficiente nas cooperativas paranaenses é tema da série de reportagens da Gazeta do Povo. As ações da Frimesa fazem parte da primeira matéria da série Cooperativas paranaenses protagonistas em sustentabilidade.
Frimesa planeja projetos até 2040
A Frimesa Cooperativa Central estabeleceu metas mensuráveis até 2040 com entregas previstas até 2025 e outras até 2030. Um dos objetivos é a criação de um Comitê de Sustentabilidade, que definirá a política de sustentabilidade e um regimento interno. “A nossa ideia é a formalização até o final de 2023 e começar a operar em janeiro de 2024. O comitê é multifuncional, inclusive tem a participação da diretoria da empresa”, afirma o presidente executivo.
Uma das metas até 2025 da empresa é implementar práticas de biossegurança em 80% das suas granjas para prevenir doenças e reduzir em 25% a gravidade dos acidentes. Outro desafio da cooperativa é a reutilização da água para alcançar 10% de reuso.
"São projetos por planta industrial,sendo que em duas plantas de laticínios, o projeto já foi implementado. Ao todo, são cinco planta. Fizemos um projeto de instalação de membranas de osmose para filtrar a água. A água que iria para o esgoto vai para estação de tratamento. Somente aí foi um investimento de R$ 12 milhões”, revela Zydek.
Na unidade de Medianeira (PR), no oeste do Paraná, o projeto de redirecionamento das saídas e utilização de água está em fase de implementação. Na nova unidade em Assis Chateaubriand (PR), também no oeste do estado, foi instalada uma estação de tratamento de reuso de água na planta que almeja ser o maior frigorífico da América Latina.
Para 2030, a cooperativa projeta atingir 100% de rastreabilidade em toda a cadeia de suprimentos, diminuir em 50% os acidentes de trabalho, reduzir o consumo de água nas operações industriais em 10% e bater a meta de 95,7% de fontes de energia provenientes de recursos renováveis na indústria.
A cooperativa também tem buscado se aperfeiçoar na logística reversa, que é o conjunto de ações de coleta, transporte, reciclagem e tratamento de resíduos do descarte de produtos e embalagens no pós-consumo. “[Queremos] alcançar 26% de logística reversa nas embalagens. A obrigação por lei é 22% e vamos terminar o ano com 25% de recolhimento. De tudo que a gente vende, um quarto é recohido”, ressalta.
Já para 2040, as metas da empresa são mais ousadas. Chegar em 50% na utilização de embalagens recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis e atingir a neutralidade de carbono no escopo 1, ou seja, emissões de gases de efeito estufa produzidos pela própria empresa.
“Esse é um trabalho que vai envolver o desenvolvimento de novas embalagens com os fornecedores. Por isso, o prazo é mais longo. Às vezes, precisamos ir até a fábrica de embalagem e fazer um desenvolvimento de embalagens”, comenta.
A energia solar também está em pauta. “Já temos um projeto implantado na nova fábrica em Assis Chateaubriand que gera energia para todo o sistema de iluminação da unidade”, acrescenta.
A cooperativa também articula parceria com o Governo do Estado do Paraná. “Temos um projeto que ainda está em fase de negociação, com incentivo do governo do com retorno do ICMS, para aplicar em um projeto de R$ 35 milhões. Se for aplicado, vai reduzir em 12% a nossa compra de energia do sistema de mercado livre.”
Sustentabilidade gera economia, diz presidente da Frimesa
O investimento em ações de sustentabilidade tem o objetivo de aumentar cada vez mais a produção e o faturamento da empresa. “Nos dois anos que estamos em execução já investimos R$ 58 milhões em projetos. Para ano que vem, a previsão é investir R$ 40 ou 50 milhões”.
Zydek aposta em um retorno significativo e no apoio da tecnologia para atingir as metas. “Você transforma os atuais passivos em ativos e isso precisa gerar viabilidade econômica. Temos pretensão de ter carbono zero, pos os investimentos na indústria precisam ter viabilidade.”
“Quando se fala em economia de água, o investimento tem que ser coberto com a redução de consumo de água e isso é valido para eficiência energética e para as florestas. Pretendemos ser autossuficientes em florestas que abasteçam o nosso consumo”, acrescenta.
Cooperativas podem ser protagonistas em sustentabilidade
Analista de desenvolvimento técnico da área de mercado do Sistema Ocepar, Leonardo Silvestri, explica que o princípio básico do cooperatismo é convergente com a definição de sustentabilidade, ou seja, que é a capacidade do sistema de manter as funções vitais. "O objetivo da cooperativa é demostrar as ações sustentáveis para a população. Realizar os processos de maneira adequada e se manter atualizada com as tecnologias”, ressalta.
De acordo com Silvestri, é necessário ter indicadores para acompanhamento, motivo que leovu a Ocepar criar o projeto "ESG+Coop" que integra o Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200). O programa é de monitoramento, avaliação e certificação das cooperativas paranaenses, visando o atendimento dos requisitos ambientais.
“Esse projeto tem como resultado o fortalecimento da imagem das cooperativas com a sistematização do que o setor faz para as melhorias ambientais”, afirma o analista do Sistema Ocepar.
O programa lançado em 2022 já conta com a participação de mais de 50 cooperativas. “A gente fez diagnósticos em ESG para saber a maturidade da cooperativa. Agora, estamos na fase de formação e mentoria. As cooperativas estão se reunindo com instituições de ensino para que possam se desenvolver na maturidade em ESG”, diz Silvestri.
O programa contribui diretamente na melhora das boas iniciativas das empresas que, além da relevância social, impactam na produção da cooperativa.
Para o presidente executivo da Frimesa, Elias José Zydek, ressalta a necessidade de pionerismo e protagonismo do cooperativismo no alinhamento em sustentabilidade e produção eficiente. “As cooperativas precisam ser as pioneiras por causa da cadeira produtiva na mão. Por isso, o comprometimento de implementar e estar na vanguarda dessas tecnologias de sustentabilidade”.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião