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Pinhais
Imagem da cidade de Pinhais, integrante da Região Metropolitana de Curitiba.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Conhecida atualmente pela atuação relacionada ao transporte coletivo na Região Metropolitana - e à integração deste com o de Curitiba, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) deve passar a assumir um papel mais amplo - e mais importante - no planejamento e no desenvolvimento dos municípios da Grande Curitiba. A mudança é, na realidade, uma espécie de volta às origens. Nesse primeiro momento, a Comec já tem pelo menos dois novos objetivos: a elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), atendendo ao Estatuto da Metrópole (Lei nº 13.089/2015), e a criação de um novo contorno rodoviário nos arredores de Curitiba.

Para o presidente da coordenação, Gilson Santos, o destaque é o PDUI, que equivale a um “plano diretor da região metropolitana” e deve ficar pronto em até 18 meses. “Ele vai tratar de uso e ocupação do solo, de transporte coletivo, da questão da habitação. Assim, vamos poder propor o desenvolvimento da Região Metropolitana de uma forma organizada e sustentável”, explica.

Um dos principais pontos, conforme Santos, é o mapeamento cartográfico de todos os municípios para levantar as áreas disponíveis e poder planejar o uso do solo. “Justamente para reforçar a importância da preservação em alguns municípios e, por outro lado, quem sabe liberar áreas em outros, que têm quase toda sua área registrada como área de manancial”, diz. Conforme ele, a reavaliação do uso das áreas será possível pois a estimativa de crescimento populacional para a Região Metropolitana não se confirmou. “Em 2005, estimou-se que até 2020 a população da Região Metropolitana poderia chegar até 8 milhões, mas hoje ela é de aproximadamente 4 milhões. Muito do que foi previsto como área de preservação não se confirma”, afirma.

O objetivo é permitir que alguns municípios tenham possibilidade de abrir as portas para indústrias e outros negócios que tragam desenvolvimento. Porém, Santos garante que tudo será feito “levando em consideração a legalidade e, principalmente, a sustentabilidade”, já que o futuro dessas áreas é essencial para, entre outras coisas, a qualidade da água e da vida em toda a Grande Curitiba.

O PDUI será construído em parceria com o governo do estado, as prefeituras dos municípios que integram a Região Metropolitana e os cidadãos, que poderão contribuir via audiências públicas.

Contorno viário

A Comec também vai contribuir com o planejamento de cinco obras consideradas estruturantes para a Região Metropolitana. A primeira delas é a conclusão do Contorno Norte, ligando a Rodovia da Uva à BR-116, que está prevista desde 2009, mas cujo traçado ainda não foi definido. O objetivo da obra, que é responsabilidade da concessionária do trecho, a Arteris - Auto Pista Régis Bittencourt, é desafogar o tráfego intenso da região do Atuba e do Santa Cândida.

O contorno viário prevê ainda a implantação da continuidade da PR-423, ligando Araucária à BR-116, entre Curitiba e Campo de Santana, dando uma nova opção de trajeto para quem vem do sul e pretende acessar o norte do estado (ou vice-versa). Hoje, o caminho possível passa pelo meio da Cidade Industrial de Curitiba. O projeto executivo para esta obra deve ser finalizado até dezembro de 2019.

Outro trecho da PR-423, entre Araucária e Campo Largo, deve ser duplicado para absorver o impacto da obra entre Araucária e a BR-116. Além disso, a Comec será responsável por um estudo sobre a viabilidade da duplicação da PR-418, que liga Almirante Tamandaré à BR-277.

Comec volta à função principal

O novo papel da coordenadoria é visto por Santos como um retorno à função principal dela, que é de apoio ao desenvolvimento da Região Metropolitana. Conforme ele, com o passar do tempo e, principalmente após a desintegração dos transportes em 2015, houve um distanciamento entre ela, os municípios e o próprio governo do estado. A ponto de a coordenadoria ficar conhecida apenas pela atuação relacionada ao transporte coletivo e de municípios enfrentarem problemas, inclusive com seus planos diretores.

Santos explica ainda que, na prática, a mudança faz com que a coordenadoria seja “encorpada”, tendo ganhado, desde o início do ano, novos técnicos. Conforme ele, eram apenas cinco no início do ano - em comparação com os quase 80 que a Comec já havia tido no passado; hoje são 60, entre engenheiros, arquitetos e geólogos.

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