A esperança de alcançar a igualdade na representação política, com mulheres ocupando com mais proporcionalidade cargos eletivos, foi renovada durante o Parlamento Universitário, iniciativa da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que deu a estudantes, durante o recesso, a oportunidade de experimentar a vivência de um deputado. Elas eram 37% dos 54 parlamentares universitários – proporção muito maior do que a composição da própria Alep, com 7,4% das vagas ocupadas por mulheres. Atualmente são quatro deputadas estaduais (cinco com Maria Victória (PP), que está em licença-maternidade).
Outra conquista registrada no Parlamento Universitário foi a escolha de uma mulher, Larissa Vargas, para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Isso nunca aconteceu na formação eletiva da Alep, que sempre foi comandada por homens. Estudante de Direito da Universidade Positivo, Larissa acredita que “as mulheres precisam muito estar em cargos mais importantes como o governo e as presidências da mesa e da CCJ”.
Apesar dos avanços, algumas participantes destacam que ainda há um longo caminho a ser trilhado. Mesmo com 20 mulheres entre os 54 parlamentares universitários, Carolaine Souza não vê “uma representatividade efetiva, porque o governador é homem, o presidente da Mesa Executiva também, (...) e até o primeiro secretário”. A estudante de Pedagogia na Unioeste disse que também sente que muitos homens interrompem sistematicamente as mulheres enquanto elas estão falando nas comissões temáticas.
O interesse feminino pelo Parlamento Universitário é uma mostra do envolvimento maior das mulheres com a política. Algumas das participantes pretendem disputar cargos futuramente. É o caso da estudante de teologia da PUC, Eva Gislane, que acredita na força das mulheres que desbravaram os caminhos no passado como fonte de inspiração para o futuro. Aos 51 anos, ela foi a deputada universitária com mais idade a participar da iniciativa, que está na quarta edição e terminou no dia 26 de julho.
A deputada estadual Cristina Silvestri (PPS) disse estar feliz pela representatividade feminina no Parlamento Universitário e que espera que seja “um indício de que, futuramente, as nossas mulheres terão ainda mais interesse na vida política, participando das decisões importantes dos municípios, estados e também do Brasil”.
Indicadores da participação feminina na política
Um levantamento feito pelo Senado em 2016 mostra que entre os 27 estados da federação o Paraná ocupa a 23° posição se tratando de participação de mulheres em cargos eletivos com 11,1% de cadeiras para elas. O estado com a maior taxa é o Amapá (41,4%) e o com a menor é o Amazonas (5,7%).
O Brasil ocupa a 132ª posição, entre 193 países, no ranking de representatividade feminina na política segundo a Organização Inter-Parliamentary Union. O país está empatado com a Jordânia, o Paraguai e as Bahamas e fica atrás de países como Coreia do Norte, Cuba, Moçambique e Venezuela.
O índice de mulheres na Câmara Federal é de 15% e no Senado 14,8%, o percentual do primeiro aumentou desde a última magistratura quando a taxa era de 10,7%, e o do segundo se manteve estável. Entretanto, o primeiro colocado da lista, Ruanda, tem números que chegam a 61,3% na Câmara e 38,5% no Senado.
* Colaboraram Jenifer Ribeiro e Noemia Sibele, estudantes de Jornalismo da Universidade Positivo, participante do Parlamento Universitário da Assembleia Legislativa do Paraná
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