No Paraná, a eleição para definir o comando da Assembleia Legislativa pelos próximos dois anos foi antecipada. Um projeto de resolução aprovado nesta terça-feira (21) pela maioria entre os 54 deputados estaduais muda o regimento interno da Casa e permite que o pleito possa ser realizado já a partir de 1º de agosto, e não somente a partir de 10 de outubro, como está previsto hoje. O projeto de resolução é de autoria da Comissão Executiva da Casa, hoje formada pelos deputados estaduais Ademar Traiano (PSDB), presidente; Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro-secretário; e Gilson de Souza (PSC), segundo-secretário.
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O trio justifica que uma eleição interna realizada perto da eleição municipal em todo país, com primeiro turno marcado para 15 de novembro, poderia gerar problemas para os parlamentares. Embora uma minoria tenha pretensões eleitorais nas urnas de novembro, é comum os deputados estaduais se envolverem nas disputas em suas bases, ajudando aliados.
Apenas dois parlamentares votaram contra a antecipação da data, alegando que a mudança é desnecessária: Mabel Canto (PSC) e Homero Marchese (Pros). Já o deputado estadual Luiz Fernando Guerra (PSL) registrou abstenção, assim como seis integrantes da bancada da oposição: Arilson Chiorato (PT), Goura (PDT), Luciana Rafagnin (PT), Professor Lemos (PT), Requião Filho (MDB) e Tadeu Veneri (PT). Outros quatro políticos não participaram da votação e 41 votaram a favor do projeto de resolução.
Traiano, Romanelli e Gilson de Souza ocupam os principais postos da Mesa Diretora, que tem um total de nove cadeiras. E é a composição da Mesa Diretora que será definida em eleição a partir de agosto. Mas o resultado da votação não deve trazer surpresas. Aliado do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), Traiano tem o apoio da maioria dos políticos na Casa para se reeleger. “Fazer em agosto ou outubro o resultado será o mesmo, fruto do bom trabalho de vocês”, disse o deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder da bancada aliada.
Ao final de 2020, Traiano completará seis anos à frente da cadeira máxima do Poder Legislativo, cujo orçamento anual está perto dos R$ 750 milhões. Se reeleito para o próximo biênio, ele permanece no posto até janeiro de 2023.
Debate sobre reeleição não avança na Casa
Nesta terça-feira (21), Homero Marchese lembrou que o Congresso Nacional, e também algumas assembleias legislativas de outros estados, não permitem a reeleição na mesma legislatura, ou seja, nos quatros anos correspondentes ao mandato. Marchese chegou a defender a aplicação da regra no Paraná, mas não obteve apoio dos pares, nem mesmo da bancada de oposição, que acredita que o debate pode ser feito no futuro, quando os trabalhos na Casa voltarem ao normal – desde o início da pandemia do coronavírus, as sessões plenárias têm sido realizadas de forma remota.
“A ideia seria oxigenar a Assembleia Legislativa, testar novas práticas”, argumentou Marchese. “Acho que é necessário que estejamos sintonizados com outros parlamentos. Mas é uma conversa para depois das eleições”, comentou Tadeu Veneri (PT).
Além de um orçamento milionário, lembrou Marchese, a Mesa Diretora tem 44 cargos comissionados no seu guarda-chuva e mais de 200 comissionados podem ser nomeados na estrutura administrativa da Casa.
“Nunca vamos esperar unanimidade, mas acho que contamos com o aval da grande maioria. Queremos continuar somando e nunca dividindo. Não se compra liderança, se constrói, ao longo do tempo. Temos a Assembleia Legislativa como nosso maior patrimônio, praticamente a extensão das nossas residências”, discursou Traiano.
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