O Paraná é o quarto maior Estado em produção industrial no setor têxtil e de vestuário, perdendo somente para São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. A quarta colocação paranaense é resultado de diversas cidades pequenas em tamanho, mas grandes em produção, como é o caso de Cianorte. A cidade de quase 84 mil habitantes é considerada a capital brasileiro do vestuário.
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A cidade que já teve forte presença no café se reinventou e começou a investir na indústria têxtil há quase 50 anos. Presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Cianorte (Sinveste), Beto Nabhan lembra que a vocação do município para a moda nasceu na década de 1970, quando a geada negra arrasou as lavouras de café no Paraná com impactos sociais e econômicos por todo o Estado. Com muitas pessoas saindo da cidade pela falta de emprego, o tio de Beto Nabhan teve uma ideia para gerar trabalho aos moradores.
“Nesse período, meu tio começou uma confecção, em 1976, e só foi crescendo. Em 1980, as confecções já tinham virado outras marcas. No final dos anos 80, começaram a vir vários ônibus de excursão, que iam para São Paulo, mas começaram a vir para Cianorte”, recorda Nabhan.
Dessa forma, a vocação do município nasceu e cresceu durante as últimas décadas. Segundo dados do observatório da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o município de quase 84 mil habitantes tem 224 estabelecimento do setor têxtil.
A vocação do município também é fruto de diversas empresas que, hoje, são cases de sucesso, a maioria com o início semelhante como um negócio familiar. Segundo Nabhan, até hoje, os filhos e netos dos donos continuam comandando as empresas, entre elas, as três maiores do ramo: PL Confecções, Morena Rosa e Be Eight.
Com atividades diversificadas, ele calcula que quase 30% da população de Cianorte atua na área de confecção, que envolve estamparia, bordado, lavanderia e acessórios.
O presidente do Sinveste também comentou que embora a cidade seja uma referência na produção têxtil, o setor passou por uma crise devido à pandemia da Covid-19, mas está no processo de recuperação da principal atividade econômica no município. “Tivemos dois anos muito difíceis, mas esse ano parece diferente. Ano passado já tivemos um aumento no faturamento. Mas em 2023, devemos chegar nos níveis de 2019. Já o ano de 2018 segue como melhor ano para confecção”, compara Nabhan.
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