A empresa do grupo português Secil, Supremo Secil Cimentos, anunciou investimento de R$ 100 milhões para ampliar a produção na fábrica de Adrianópolis, cidade de 6 mil habitantes localizada no Vale do Ribeira.
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Desde 2015 em Adrianópolis, o empreendimento contribui para movimentar o desenvolvimento local de uma das regiões mais pobres do estado. Dos cerca de 400 funcionários, 50% dos colaboradores são de Adrianópolis. Outros 20% de Ribeira (SP) e o restante pulverizado por outras cidades.
Na planta de Adrianópolis haviam sido investidos inicialmente R$ 869 milhões, de acordo com a empresa. “Um dos motivos que fez com que o governo do Paraná permitisse a fábrica foi porque Adrianópolis estava muito abandonada. A chegada da Supremo transformou a cidade”, avalia o CEO da Supremo Secil Cimentos, Paulo Nascentes.
Na sequência, a empresa aplicou mais R$ 205 milhões na fábrica. “Cimento é igual a desenvolvimento. Onde tem cimento, tem desenvolvimento. Você não pode pensar em uma cidade sem ter cimento”, defende Nascentes.
A empresa destaca o programa de estágio em desenvolvimento. "Temos um menino da cidade de Ribeira que faz engenharia mecânica e está feliz trabalhando conosco. Outra menina contratada como engenheira aqui também. Estamos fomentando para que as pessoas queiram trabalhar na empresa”, diz o CEO.
Investimento busca soluções sustentáveis para o negócio
A fábrica da Supremo no Paraná é responsável por 80% da produção da empresa no Brasil - o restante vem da unidade de Pomerode (SC). Para ampliar o potencial do negócio em Adrianópolis, a Supremo projeta investir R$ 100 milhões a partir de julho de 2024.
O foco é ampliar a produção do forno, que transforma o calcário em clínquer. “Nós temos uma deficiência na produção. Precisamos aumentar em 10% para dar conta do mercado. Esse investimento é uma parte para isso. Vamos conseguir atender melhor os clientes da região sul”, afirma Nascentes.
Para manutenção dos fornos da fábrica, é necessário queimar coque (combustível sólido derivado do petróleo, tradicionalmente usado nos fornos da indústria cimenteira). A empresa tem buscado alternativas sustentáveis. Para isso, outra parte do investimento será aplicado na ampliação do uso de combustíveis alternativos, que será feita com a duplicação da área de armazenamento e com a instalação de dois novos walking floors (pisos móveis) e equipamentos para transporte de materiais.
Com essas alterações, a empresa espera ter como resultado um volume maior de combustíveis alternativos que ajudam a manter os fornos da fábrica. “Nós queremos usar até 40% dos combustíveis alternativos. São compostos de subprodutos industriais que iriam para aterros. Há um benefício de custo, por ser mais barato, e tem um apelo ambiental gigantesco. Já tínhamos capacidade de 25% a 30% de substituição, mas queremos ampliar”, explica Nascentes.
A Supremo deixou de consumir em torno de 100 mil toneladas de coque de petróleo com a utilização de combustíveis alternativos. A partir de 2025, um acordo assinado com o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) também irá permitir que a empresa transforme em combustível parte do lixo sólido coletado em Curitiba e cidades da região metropolitana. O objetivo da Supremo é chegar a 50% de combustíveis alternativos até 2030.
Supremo investe no desenvolvimento social em Adrianópolis
Além de gerar renda no município de Adrianópolis, a Supremo Secil Cimentos mantém o programa social chamado Casa da Cultura Pedro Queiroz Pereira. Desde setembro de 2021, o projeto oferece cursos, palestras, oficinas, atividades esportivas e outras iniciativas sociais aos moradores de Adrianópolis, Ribeira e municípios da região. No último ano, 4 mil pessoas passaram pela Casa da Cultura, segundo a Supremo.
Em 2023, a empresa recebeu o selo Sesi ODS 2023, entregue pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) a empresas e instituições comprometidas com a inovação para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, pelo projeto desenvolvido na Casa da Cultura Pedro Queiroz Pereira.
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