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Para além das Cataratas

Foz do Iguaçu redescobre seus rios e aposta alto no turismo náutico

Até 2027, Foz do Iguaçu (PR) espera atrair 15 novas empresas do setor, movimentando a economia e oferecendo experiências únicas nos rios e lago, com foco no turismo náutico.
Até 2027, Foz do Iguaçu (PR) espera atrair 15 novas empresas do setor, movimentando a economia e oferecendo experiências únicas nos rios e lago (Foto: Divulgação/Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu)

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Conhecida mundo afora pela grandiosidade das Cataratas, Foz do Iguaçu (PR) agora volta os olhos para outro patrimônio natural: os rios e represas. O município do oeste paranaense começa a estruturar um ambicioso projeto de turismo náutico, com passeios de barco, esportes aquáticos e lazer às margens do Rio Paraná e do Lago de Itaipu.

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A proposta é diversificar a oferta turística, aumentar a permanência dos visitantes e consolidar Foz do Iguaçu como referência também nesse segmento. “Nosso lago é fabuloso, os rios Iguaçu e Paraná têm uma identidade única, com barrancos altos que proporcionam experiências diferentes de tudo que já existe", evidencia o secretário municipal de Turismo, Jin Bruno Petrycoski.

"O por do sol de Foz é um espetáculo à parte. Temos certeza de que vamos nos consolidar como destino náutico de referência nacional”, afirma. Segundo Petrycoski, áreas como o Rio Paraná, o Lago de Itaipu e trechos do Rio Iguaçu estão regulamentados para a prática de esportes e passeios, com exceção de zonas de proteção, como o Parque Nacional e a área próxima à barragem da usina.

“Estamos atentos para que o turismo cresça em harmonia com as regras ambientais. O uso sustentável das águas é condição essencial para que esse projeto avance com segurança”, aponta o secretário.

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A principal aposta é a revitalização da prainha de Três Lagoas, que receberá mais de R$ 9 milhões em investimentos do governo do Paraná. O projeto prevê marina, restaurantes flutuantes, espaços de lazer e concessões para empresas de turismo, com previsão de conclusão em até dois anos.

“Será a porta de entrada real do turismo náutico em Foz, atendendo tanto moradores quanto visitantes. Nosso objetivo é transformar a prainha em um espaço de convivência e, ao mesmo tempo, em um motor de geração de empregos e oportunidades”, afirma o secretário municipal.

O movimento se reflete em produtos consolidados. O Macuco Safari, no Parque Nacional do Iguaçu, segue como ícone do turismo de aventura, oferecendo navegação até a base das Cataratas.

Outro destaque é o passeio de catamarã pelo Rio Paraná, com vista para marcos como a Ponte da Amizade, a Ponte da Integração, o Marco das Três Fronteiras e o encontro dos rios Paraná e Iguaçu. A bordo, turistas têm direito a experiências gastronômicas, apresentações artísticas e jantares temáticos.

Passeio de catamarã é um produto de turismo náutico já consolidado em Foz do IguaçuPasseio de catamarã é um produto de turismo náutico consolidado em Foz do Iguaçu (PR). (Foto: Marcos Labanca / Divulgação Kattamaram)

Atividades como caiaque e stand up paddle também começam a ganhar espaço, ofertadas pela iniciativa privada em áreas seguras. Há ainda conversas sobre incluir no portfólio passeios de jet ski, escolas de vela e até rotas de mergulho em trechos de águas claras.

“O turismo náutico vem sendo tratado como uma oportunidade estratégica, que diversifica e enriquece o portfólio do Destino Iguaçu. Queremos integrar esses roteiros às experiências consolidadas e ampliar o tempo de permanência do turista na cidade”, diz Elaine Tenerello, diretora executiva do Visit Iguassu.

Segundo pesquisa recente realizada pela Secretaria de Turismo em parceria com o Itaipu Parquetec, a permanência média atual do visitante em Foz é de 4,27 noites — acima da média nacional. A expectativa é que, com os novos atrativos, esse índice cresça.

“Cada dia a mais que o turista passa em Foz significa movimentação na hotelaria, nos restaurantes, no transporte e no comércio. É um impacto direto na economia local”, reforça Tenerello.

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Impacto econômico, sustentabilidade e futuro

Com o turismo náutico, a prefeitura de Foz do Iguaçu projeta atrair pelo menos 15 novas empresas do setor até 2027. A meta é impulsionar o fluxo turístico em 15% até 2027, chegando a um incremento acumulado de 25% nos anos seguintes. Os cálculos do município apontam para um faturamento adicional de dezenas de milhões de reais por ano, distribuídos em toda a cadeia turística.

No calendário, Foz já aposta em eventos temáticos, como competições de pesca esportiva, torneios de canoagem e polo aquático. A cidade também avalia a possibilidade de criar festivais culturais e gastronômicos às margens do lago, conectando lazer e entretenimento.

Em novembro de 2025, sedia a terceira edição do Foz Internacional Boat Show, no Iate Clube de Itaipu — encontro que deve fortalecer a imagem do município no setor e trazer investidores. Os benefícios não se restringem ao turismo.

A lógica é ampliar a narrativa do destino: Foz do Iguaçu como lugar onde as águas impressionam tanto pela força das quedas quanto pela beleza serena dos rios e do lago.

Para os moradores, a abertura de novos espaços de lazer às margens dos rios representa maior integração da cidade com sua geografia natural. “Por muito tempo, Foz cresceu de costas para suas águas. O turismo náutico nos faz olhar para esses ambientes como áreas de convivência, prática esportiva e qualidade de vida”, destaca Petrycoski.

Tanto o poder público quanto a iniciativa privada reforçam que a preservação ambiental é prioridade no desenvolvimento do setor. A prefeitura mantém diálogo constante com órgãos como Itaipu Binacional, Instituto Água e Terra e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

“Preservar a natureza é manter vivo nosso ecoturismo. Todo projeto é avaliado de forma criteriosa, para que o desenvolvimento seja sustentável”, diz o secretário municipal. Elaine Tenerello reforça que a comunicação com o visitante precisa destacar esse compromisso.

“O maior desafio é mostrar que Foz vai além das Cataratas, sem perder a força desse ícone mundial. Os roteiros náuticos precisam ser reconhecidos como experiências autênticas e responsáveis”. Com as Cataratas do Iguaçu firmadas como cartão-postal internacional, o turismo náutico surge como complemento.

A lógica é ampliar a narrativa do destino: Foz do Iguaçu como lugar onde as águas impressionam tanto pela força das quedas quanto pela beleza serena dos rios e do lago. “Nosso papel é criar condições para que a iniciativa privada invista e ofereça experiências de qualidade. O visitante só tem a ganhar. Foz do Iguaçu está pronta para mostrar um novo lado, igualmente encantador”, resume Petrycoski.

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