A oferta pública de ações no mercado de capitais de quase 320 milhões de ações da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), que são detidas pelo Governo do Paraná, deve arrecadar cerca de R$ 3 bilhões. A promessa é de que esse recurso será investido em projetos estruturantes, segundo a apresentação do modelo de negócio da Copel, que deve finalizar o processo de transformação de companhia para corporação privada no leilão das ações na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, previsto para agosto. A data ainda não foi definida.
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Segundo o comunicado ao mercado divulgado na quarta-feira (26) pela Copel, a oferta pública é de um total de 549.171.000 de ações, distribuídas entre primárias, que pertencem à companhia de energia, e as secundárias, do governo estadual. Além disso, o “fato relevante” publicado ainda prevê um lote suplementar de até 15% do total das ações, ou seja, mais 82.375.650 nas mesmas condições e pelo mesmo preço cotado inicialmente. A previsão de arrecadação total é de até R$ 5 bilhões.
Os recursos provenientes das ações do governo têm previsão de investimento em áreas estruturantes de diferentes setores como educação e habitação, cada um desses com aplicação de cerca de R$ 500 milhões, além de investimentos na infraestrutura urbana, rodoviária e sustentabilidade.
Entre os programas que devem ser beneficiados, está o Casa Fácil, que financia diretamente a construção de casas para famílias com ausência de cobrança de valor de entrada, juros de 2% e prestações mensais reduzidas de financiamento.
“O Governo pretende investir R$ 500 milhões na segunda fase da modalidade Valor de Entrada, que auxilia famílias a comprar a casa própria com R$ 20 mil para quitar parte ou totalidade da entrada do imóvel. Todas as regiões podem ser beneficiadas, mediante habilitação das construtoras em um chamamento público”, informou o governo estadual em nota enviada à Gazeta do Povo.
O mesmo montante será destinado para a área da educação, em reformas de colégios, escolas para alunos especiais e no programa Escola Solar. “Eles (os recursos) custearão a reforma de 400 colégios da rede estadual e a continuidade de um programa inédito, que é a construção de Escolas de Educação Especial em diversas regiões em parceria com as prefeituras e as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Já há projetos em andamento em Nova Laranjeiras, Altamira do Paraná, Douradina, Flor da Serra do Sul, Nossa Senhora das Graças e Piên. Outra parte deve ser destinada à instalação de placas solares para geração de energia nas escolas”, esclareceu a gestão Ratinho Junior (PSD).
A fase II do Programa Asfalto Novo, para municípios de até 15 mil habitantes, também deve receber investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões para projetos de pavimentação, iluminação em LED e galerias pluviais. A área de meio ambiente vai ser contemplada com R$ 100 milhões para projetos de sustentabilidade e investimentos em parques urbanos no estado.
A maior parte do montante arrecadado pelo leilão das ações na Bolsa de Valores, R$ 1,4 bilhões, vai para a infraestrutura paranaense no atendimento do cronograma do Banco de Projetos. Em fevereiro, o governador Ratinho Junior anunciou 13 projetos na segunda edição do Banco, direcionado ao planejamento de obras, principalmente rodoviárias, em todas as regiões do Paraná. A verba divulgada no anúncio era de R$ 100 milhões para os projetos da segunda etapa, compostos por demandas da população, mas que ainda não tinham plano detalhado de implantação.
O Governo do Paraná é classificado como "Acionista Vendedor" no processo de privatização, terá poder de veto nas decisões estratégicas da empresa, prioridade nos investimentos na Copel Distribuição e Infraestrutura de Energia no Paraná, por meio do dispositivo “golden share”, mas não terá controle da empresa, que será disperso entre os acionistas.
Copel investe em rede trifásica para atender agropecuária
Na apresentação sobre o destino dos recursos provenientes da capitalização da Copel, a empresa também lembra do lançamento do Paraná Trifásico, que vai implementar 25 mil quilômetros de redes trifásicas no interior do Estado, facilitando a transformação energética do campo e os investimentos agropecuários. O investimento total será de R$ 2,7 bilhões, sendo que R$ 1,2 bilhão já foi aplicado até dezembro do ano passado, com mais 10 mil quilômetros de redes entregues.
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