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Grupo Potencial está localizado na Lapa (PR).
A nova planta será na Lapa, Região Metropolitana de Curitiba, mesmo local onde a indústria do Grupo Potencial está localizada.| Foto: Álbori Ribeiro/Divulgação Grupo Potencial

A distribuidora e produtora de biodiesel Grupo Potencial começou a atuar em uma nova frente de negócio, a industrialização de soja. O investimento na indústria esmagadora de soja será de R$ 1,7 bilhão, com capacidade de produção de 3,5 mil toneladas de soja por dia. A nova planta será na Lapa, cidade da Região Metropolitana de Curitiba, onde a indústria do grupo está localizada.

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O projeto tem duração estimada de 18 a 24 meses, a partir do início da construção. Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor superintendente de produção do Grupo Potencial, Luiz Meira, afirmou que a planta é o projeto inicial. O objetivo é, em um futuro próximo, duplicar a capacidade da esmagadora, o que faria o grupo ter uma das maiores esmagadoras do Brasil.

O grupo paranaense está há 29 anos no ramo de distribuição de combustíveis, considerado um dos maiores do país. “Nossa empresa produz, distribui, transporta, importa e exporta energia”, disse o diretor superintendente de produção do Grupo Potencial. O novo negócio estava sendo planejado há algum tempo.

Atualmente, a distribuidora atende sete estados, com a produção de biodiesel chegando a todas as distribuidoras do país. Um dos produtos do Grupo Potencial, a glicerina refinada, é exportada para 26 países.

Embora o grupo tenha iniciado com distribuição de combustível, o presidente do Grupo Potencial, Arnoldo Hammerschmidt, sempre quis atuar na área de produção de combustível renovável. No começo, a ideia era produção de etanol, mas depois veio o investimento em biodiesel. “Em 2013, quando começamos a indústria, a primeira produção, fizemos um projeto para uma planta de esmagadora de soja. É uma tendência natural”, destacou Meira.

Como a principal matéria-prima do biodiesel é o óleo de soja, a esmagadora seria primordial para a produção. “As primeiras usinas surgiram como empresas que tinham esmagadoras e foram para a produção de biodiesel”, contou o superintendente. Contudo, com o Grupo Potencial aconteceu o contrário.

A empresa iniciou com produção de biodiesel por uma estratégia comercial, apesar de ter um projeto para construção de uma esmagadora. Dessa forma, o óleo de soja vinha de outros fornecedores. O grupo, em um primeiro momento, decidiu ampliar a capacidade de produção de biodiesel, para depois construir uma esmagadora de soja.

“Depois de vários investimentos, hoje somos a maior indústria de biodiesel do Brasil porque investimos no aumento de produção. Chegamos em um patamar muito significativo e de partir para o projeto de esmagadora, que tínhamos esse projeto desde o início”, evidenciou Meira. Segundo ele, as grandes distribuidoras têm esmagadoras e o grupo era um dos únicos que ainda não tinha.

3,5 mil toneladas de soja por dia 

A esmagadora de soja será construída no Complexo Industrial do Grupo Potencial, na Lapa, junto à usina de biodiesel da companhia, que é a maior do Brasil e a terceira maior do mundo. A capacidade de produção será de 3,5 mil toneladas de soja por dia, produção que impulsiona a esmagadora como uma das maiores do país.

“Mas, como a nossa capacidade de produção de biodiesel é muita alta, essa capacidade de esmagamento ainda não chega a 40% da necessidade de matéria-prima que a gente tem na indústria de biodiesel”, explicou o diretor superintendente de produção da empesa.

Por conta disso, o planejamento inclui duplicar a capacidade de produção da esmagadora. “Isso acontecendo, certamente seremos a maior esmagadora de soja do Brasil”, projetou Meira. Com a construção, a expectativa é criar 250 postos de trabalho diretos e até 3 mil indiretos.

Construção de esmagadora de soja impacta o agronegócio  

O diretor superintendente de produção do Grupo Potencial evidenciou que a esmagadora de soja tem um impacto na mesa do brasileiro. Isso porque a produção na esmagadora gera 20% de óleo e 80% farelo.

“A maior aplicação do farelo é na produção de rações que alimenta aves e bovinos. Com maior oferta de farelo, consequentemente, terá um custo menor da ração e um custo menor das carnes, ovos e produtos lácteos, impactando a mesa do brasileiro. O biodiesel está diretamente ligado ao agronegócio”, avaliou.

Grupo Potencial quer ter maior esmagadora de soja do país  

Atualmente, o grupo compra óleo de empresas terceiras para a produção de biodiesel. Com a esmagadora, precisará ser adquirida uma quantidade menor de outras empresas. “Pretendemos duplicar essa produção de esmagamento, porque daí seremos a maior do Brasil. Com essa ampliação vamos ser quase autossuficientes em óleo, quase 90%”, contou Meira.

A empresa tem capacidade para mais de 2 milhões na produção de biodiesel. “Mesmo com essa ampliação, ainda precisamos de uma quantidade menor, comprando óleo de outras empresas do Paraná”, complementou.

Outros projetos do Grupo Potencial são de produção de etanol de milho e biodiesel verde. “Queremos fazer uma indústria de HVO, que é um biodiesel verde, mas tem uma outra rota de produção, um biodiesel com características de diesel fóssil. É um produto novo no Brasil, ainda sendo regulado, mas está no nosso radar”, destacou o representante da empresa.

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