A Assembleia Legislativa do Paraná sediou uma audiência pública para debater ideologia de gênero nas escolas do estado, na última segunda-feira (10), com especialistas das áreas da Medicina, Direito e Educação. Propositor da iniciativa, o deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR) justifica a proposta necessária por conta da realidade das escolas e da doutrinação política na educação. Segundo ele, é preciso prevenir a prática de ideologia nas escolas e garantir que os pais possam dar a educação moral mais adequada para seus filhos.
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A ideologia de gênero é uma teoria que acredita que as pessoas não nascem homem ou mulher, mas que podem decidir o que querem ser. O parlamentar também é autor do projeto de lei nº 719/2021, que proíbe a ideologia de gênero nas escolas públicas e privadas no Paraná, que está em tramitação nas comissões do Legislativo estadual.
A médica psiquiatra da Infância e Adolescência Giulietta Cucchiaro, presente na audiência pública, destacou que a ideologia de gênero pode ser usada para fins políticos e ideológicos, com base nos estudos da autora Judith Butler, expoente da chamada "teoria queer".
“A criança não tem maturidade para lidar com essas situações complexas. Nessa primeira infância não se pode interferir na evolução e no desenvolvimento da identidade de gênero. Pode causar sofrimento e confusão. É importante que as pessoas estudem, pois precisa ver se essa proposta é algo ético”, frisou a médica.
O professor de direito educacional Alexandre Magno afirmou que a educação deve ajudar no pleno desenvolvimento da criança. “Queremos formar pessoas racionais, pessoas virtuosas e capazes de escolher”, ressaltou. Ele acrescentou que a ideologia de gênero tem trazido mais fúria do que luz. “As teorias de gênero fazem parte de um grande universo da doutrinação. Mas a doutrinação não é permitida na educação, é um tipo de manipulação. As convicções morais e religiosas ensinadas pelos pais devem ser respeitadas”, afirmou.
Psicóloga critica sexualização precoce
A psicóloga e porta-voz do Movimento Infância Plena, Celina Lucci, criticou a sexualização precoce e a inserção da ideologia de gênero na educação. “Em nome da diversidade, estamos retrocedendo na proteção das crianças. Em nome da inclusão, estamos mentindo para as crianças. Em nome de uma suposta transgressão, estamos reajustando em crianças os estereótipos sexistas. Em nome da afirmação, estamos promovendo violência”, opinou.
De acordo com a psicóloga, às vezes se faz uma associação de ensino de gênero como uma forma de prevenção a abuso sexual. Porém, ela argumentou que isso é uma mentira. “Se usa de um assunto importante que é a prevenção do abuso sexual com ensino da identidade de gênero. Quando se fala em identidade sexual, mentem sobre o que é ser menino e ser menina e sobre a existência da diferença sexual. Em nome da inclusão, gera confusão e risco [às crianças]”, afirmou.
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