Mesmo sem medidas restritivas mais radicais, o setor de comércio e serviços do estado vem sentindo os efeitos do aumento nos casos de Covid-19 e Influenza em 2022, sobretudo com a baixa de funcionários, isolados por terem contraído a doença, e pela queda movimento de clientes.
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“Há uma estimativa de 10% de funcionários afastados no varejo e o fluxo caiu: é praticamente um lockdown psicológico”, diz o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Fernando Moraes.
A queda nas vendas está diretamente relacionada às doenças, e não à sazonalidade, defende o presidente da entidade. Nos últimos anos, segundo ele, janeiro deixou de ser um mês ruim para o varejo, mas, com a pandemia, o cenário mudou. “A primeira semana de janeiro até foi movimentada. Mas a partir da segunda semana, quando a pandemia apertou, o movimento caiu demais”, reforça Fernando Moraes. "A gente entende hoje que a queda no fluxo vem da Covid-19", diz.
Dentro da análise da Faciap, o movimento ainda não deve voltar ao normal em fevereiro.
É o terceiro ano seguido que começa com indefinição no varejo em todo o país. O setor de veículos e material de construção teve uma queda de 5,7% de novembro de 2021 a janeiro de 2022, segundo o IGet ampliado, um indicador do Santander. O índice é 13,5% menor do que no período anterior à pandemia. A queda é ainda maior no varejo restrito: 19,6% menor do que no começo de 2020. Do final de 2021 para janeiro de 2022, houve uma retração de 8,6%.
O avanço da variante Ômicron é um dos motivos que levam a essa situação, de acordo com os pesquisadores, junto com os juros mais altos e a pressão inflacionária. A expectativa é que os setores mais afetados sejam o de eletrônicos, produtos mais dependentes do crédito, varejistas de moda e de construção.
Afastamento de funcionários preocupa setor de serviços
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 76% dos estabelecimentos do setor tiveram que afastar funcionários nesse período e 24% dos colaboradores ficaram de atestado entre dezembro e janeiro. O setor de bares e restaurantes de Londrina registrou uma queda de 30% no faturamento de janeiro, em comparação com dezembro de 2021.
Diante desse cenário comercial, o presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas), Fabio Aguayo, defende que a testagem em massa poderia contribuir para que pessoas com suspeita, mas sem a doença, possam voltar antes ao trabalho e às demais atividades. “Há muita reclamação na demora pelos resultados”, diz.
Ele ainda reforça que a onda de Covid-19 e gripe é consequência dos encontros de Natal e ano novo e que o carnaval exige muita cautela, para que o setor não siga ainda mais atingido. “O final de ano foi uma amostra grátis do que pode ser o carnaval. É importante a conscientização da população para que a gente não passe por isso de novo”.
Intenção de consumo dos paranaenses é positiva
Apesar do impacto da nova onda de doenças respiratórias no comércio, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio), 2022 traz boas expectativas para os diversos setores. Principalmente porque o poder de compra do consumidor paranaense subiu neste ano. O nível de consumo atual aumentou 2,7% em janeiro e a perspectiva de consumo foi ampliada em 6,6%. A intenção de consumo das famílias (ICF) cresceu 1,5% em comparação a dezembro e 4,2% em relação a janeiro do ano passado.
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