O governo do Paraná iniciou neste mês os pagamentos do auxílio emergencial destinado a microempresas e microempreendedores individuais (MEIs) dos setores mais impactados pela pandemia de Covid-19. Prefeituras de municípios paranaenses também vêm adotando ações de estímulo a diferentes segmentos e atividades, já projetando a retomada econômica do pós-pandemia, conforme a vacinação avança.
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Guarapuava vai lançar na próxima quinta-feira (1º) o programa Emprime – Empreendedor em Foco, com o objetivo de ajudar empresários da cidade na retomada do pós-pandemia. “O objetivo é atender as demandas relativas ao impacto da pandemia, às mudanças de comportamento do consumidor, à transformação digital e à retomada da economia”, aponta Ana Cláudia Klosouski, coordenadora da Agência do Empreendedor, que explica que o projeto terá quatro eixos principais: Simplifica, Fortalece, Fomenta e Inova.
O primeiro terá o objetivo de facilitar procedimentos para abertura e funcionamento de empresas; já o Fortalece vai estimular setores e atividades como turismo, alimentação e empreendedorismo feminino por meio de capacitações, consultorias e diagnóstico das empresas, numa parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
“O maior número de empreendedores afetados em Guarapuava durante a pandemia está nos setores de eventos, buffets, restaurantes, comércio. O município adotou recentemente o sistema de bandeiras, e um pouco antes disso várias atividades tiveram que ser fechadas por algumas semanas (devido ao acirramento da pandemia). Esses setores certamente são os que vão mais poder usufruir do eixo Fortalece”, afirma Klosouski.
O eixo Fomenta vem sendo desenvolvido desde o ano passado: criado com o nome de GuaraCredi, depois foi rebatizado e consiste de um fundo de aval para empreendedores obterem crédito em cooperativas parceiras.
Segundo Klosouski, já foram liberados R$ 6 milhões via Fundo Garantidor de Crédito (FGC, onde ainda há um saldo de R$ 3 milhões) e R$ 10 milhões via Fomento Paraná. “Desde o início do projeto, apenas três empreendedores não conseguiram pagar (os empréstimos), o que representou menos de R$ 150 mil”, relata a coordenadora. Já o eixo Inova terá ações de incentivo ao ambiente local de inovação, como estímulo à criação de startups e subsídios para projetos inovadores.
Lilian Waschburger Cadore, vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig), prefere não comentar sobre o Emprime, por não ter acesso aos detalhes do projeto, mas destaca que as dificuldades na economia local pioraram este ano.
“Quando as coisas estavam começando a se ajeitar, tivemos dois lockdowns, que foram problemáticos para as micro e pequenas empresas. Vimos muitos pequenos empresários fechando as portas, o que não tinha acontecido tanto no ano passado”, descreve Cadore. Uma pesquisa da Acig mostrou que, entre as empresas que não encerraram atividades, 45% reduziram o número de funcionários.
Cadore cobra do poder público ações de estímulo “mais amplas” do que as desenvolvidas até agora e mais diálogo: “Podíamos estar trabalhando mais em conjunto. Batalhamos por uma comissão de urgência do coronavírus, com uma junção de todos os órgãos para entender os impactos no comércio, na indústria. Nenhuma indústria fechou em Guarapuava (durante os lockdowns), enquanto o comércio e os serviços, sim”.
Rapidez na adesão em Maringá surpreendeu prefeitura
Este mês, a prefeitura de Maringá lançou o programa Juro Zero, por meio do qual a administração municipal vai subsidiar os juros de empréstimos que micro e pequenos empresários, empreendedores individuais e profissionais liberais tomarão junto a uma cooperativa de crédito.
Cássia Mendonça, gerente do Espaço do Empreendedor de Maringá, relata que a busca pelo Juro Zero foi tão grande que a prefeitura teve que suspender o recebimento de novas solicitações seis dias depois que o programa foi lançado, porque foi atingido o limite de R$ 4 milhões – a expectativa era que os cadastros demorariam de 20 a 30 dias. “Vamos fazer uma análise das 1.123 solicitações que chegaram. Dependendo de quantas forem aprovadas, poderemos abrir o cadastro para novas propostas”, diz a gerente.
Para Mendonça, a grande procura pelo Juro Zero (mais da metade dos solicitantes foram MEIs) indica as dificuldades enfrentadas por empreendedores de diversos segmentos, como beleza, construção civil e eventos – estes já haviam sido contemplados com um auxílio emergencial específico para o setor criado pela prefeitura de Maringá.
“O ramo de eventos ficou mais de um ano sem praticamente nenhum faturamento. Antes mesmo do lançamento (do Juro Zero), muitos empresários vieram nos procurar para dizer que qualquer valor seria útil para que as empresas não fechassem”, afirma a gerente.
O Juro Zero foi aprovado em dezembro de 2020, mas só agora está saindo do papel devido aos procedimentos para regulamentação e funcionamento do programa. Nesse caminho, o projeto, pensado a princípio como uma forma de estímulo econômico em meio à crise, acabou ganhando um perfil de colaboração para a retomada pós-pandemia.
“Ele foi pensado para as empresas terem capital de giro, pagarem as contas. A data (de lançamento) está ajudando porque, com a vacinação, graças a Deus, estamos caminhando para o final dessa pandemia, muitos empreendedores podem ter conseguido ajustar algumas coisas e esse recurso vai ajudar na retomada econômica”, projeta Mendonça.
A prefeitura de Curitiba informou que, entre as ações de estímulo econômico adotadas devido à pandemia, estão a criação do Fundo de Aval, com aprovação já de 129 cartas, correspondentes a mais de R$ 6,9 milhões em créditos; isenções fiscais, entre elas para empresas do Tecnoparque, com R$ 39 milhões; e prazo maior para pagar impostos, com prorrogação dos pagamentos do Simples Nacional, IPTU e ISS Fixo no ano passado e em 2021, do ISS para empresas enquadradas no Simples Nacional e MEIs. Também foram prorrogadas as parcelas do ISS Fixo.
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