Os municípios do Paraná receberam do Ministério da Saúde uma verba que totaliza R$ 23,5 milhões para subsidiar a compra de equipamentos de proteção individual e materiais de higiene e limpeza para as escolas da rede pública. Apesar de ainda não haver data definida para o retorno de aulas presenciais no estado, o poder público começa a levantar as demandas para preparar as instituições de ensino a reabrirem no modo “novo normal” que a pandemia de coronavírus impôs à sociedade.
Receba as notícias do Paraná no seu WhatsApp
A verba de cada município foi calculada em função do número de estudantes cadastrados no Censo Escolar. Os valores variam de R$ 8,5 mil nos menores municípios até R$ 2 milhões, para Curitiba. Entre outras grandes cidades, os maiores valores foram para Londrina (R$ 755 mil); Ponta Grossa (R$ 620 mil); Cascavel (R$ 500 mil); Maringá (R$ 455 mil); São José dos Pinhais (R$ 426 mil); Foz do Iguaçu (R$ 385 mil); Colombo (R$ 358 mil); Paranaguá (R$ 315 mil) e Guarapuava (R$ 296 mil).
O repasse total para os municípios brasileiros e Distrito Federal é de R$ 454 milhões. “Não há ainda uma definição se o valor é pouco ou muito, em função de que temos que levantar o que vamos precisar. Se pensarmos na estrutura pública, ela é muito diferenciada das escolas particulares. Cada município tem suas necessidades”, explicou a secretária municipal de Saúde de Pinhais, Adriane da Silva Jorge Carvalho, que também é segunda vice-presidente regional do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) na Região Sul.
Apesar de ser direcionada ao município, a verba também deve contemplar escolas estaduais e federais, se for o caso. Para isso, explica Adriane, é importante formar um comitê municipal com representantes de vários órgãos. No caso de Pinhais, foram destinados R$ 190 mil. As demandas das escolas estaduais serão levadas por um representante do Núcleo Regional Norte da Região Metropolitana de Curitiba.
O dinheiro deve ser utilizado na compra de insumos, e serve apenas como um incentivo, diz Adriane. “Não é um custeio total das demandas que teremos. Até porque estamos falando de recursos em função da pandemia. O que a gente orientou é para trabalhar quantitativos de álcool em gel, máscaras, totens, termômetros infravermelho. Depois vamos ter que colocar esses produtos como rotina de material a ser adquirido”.
Adriane ressaltou que ainda não há previsão de data de retorno das aulas presenciais e que a evolução da pandemia tem diferentes estágios nas regiões do Brasil e mesmo dentro do Paraná. O Comitê Volta às Aulas do Paraná indicou que o retorno poderia ser regionalizado. Algumas cidades paranaenses já retornaram com turmas do Ensino Médio na rede particular. “Esse é um início de necessidade de discussão, de repensar todas as condições mínimas para retomada, mas ainda sem previsão”, observou.
Ministro cita reabertura das escolas particulares
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o modelo das escolas particulares pode ser usado pelas redes públicas do Brasil para planejar o retorno. Na quinta-feira passada (27), em reunião da Comissão Intergestores Tripartite do SUS, da qual participaram também o Conasems e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), ele falou que cabe a cada gestor definir o momento de reabertura, mas concordou com o pedido para participação do governo federal em um fórum a respeito do tema.
“A gente precisa ter esse fórum, mas claro que não cabe a nós determinar quem vai abrir ou não. Cabe a nós sugerimos medidas preventivas, trazer a escola particular para mostrar suas respostas, para ver o que funcionou. Concordo em gênero, número e grau de que não podemos continuar com as crianças fora das salas de aula por muito tempo. E sim tem que ter medidas muito claras preventivas e de cuidados para evitar a contaminação e não trazer uma nova onda. Acho que estamos em um caminho bom e vamos seguir nele”, discursou.
Pazuello observou que, pela evolução da pandemia, o “coronavírus vai continuar conosco, mas como outros vírus com que nós convivemos”, mesmo em um cenário com uma vacina específica. “A vacina vai acabar com o coronavírus? Não, não vai acabar, vamos conviver com o vírus e ter campanhas de vacinação, como para o H1N1. Também vamos ter hábitos novos, como uso de máscara e os afastamentos sociais necessários em alguns casos. É bom começarmos a colocar essas ideias de forma muito clara. É uma nova normalidade”, afirmou ele na reunião Tripartite do SUS.
Verba deve ser usada em 2020
Assim como todos os repasses financeiros dentro do orçamento federal de combate ao coronavírus, a verba para equipar escolas precisa ser utilizada ainda em 2020. A gestora ressaltou que o estado de calamidade pública vigente vai até 31 de dezembro, e até lá é preciso fazer a execução da despesa. “Não significa que tenho que usar. Até porque não é por ter o material que a situação para as escolas estará segura. Se eu vou fazer aquisição desses equipamentos para usar em 2021, não há problema, pode-se trabalhar com estoque”, afirmou Adriane.
Um outro obstáculo para o retorno das atividades presenciais são os servidores públicos do grupo de risco, apontou Adriane. “O que isso representa para o poder público? Terá que ser feita a contratação de novos professores, sendo que muitos municípios já estão no limite da folha. O estado vai ter que contratar não sei quantos profissionais em função do PSS [programa de seleção simplificada] que não deu continuidade”, ressalvou. As dificuldades financeiras também foram apontadas pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP) no começo deste mês.
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião