As aglomerações no fim de semana no Largo da Ordem, um dos mais tradicionais pontos de bares de Curitiba, só reforçam o descaso de uma parcela dos jovens diante do novo avanço da pandemia. Mesmo com a bandeira laranja valendo desde sexta-feira (27), proibindo a abertura de bares por uma semana, uma grande quantidade de jovens sem máscara e sem respeitar o distanciamento social se aglomerou no Centro Histórico nas noites de sábado (28) e domingo (28).
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A Polícia Militar e a Guarda Municipal até dispersaram os grupos. Mas bastava as viaturas se afastarem para as aglomerações se formarem novamente. Entre sábado e domingo, a prefeitura interditou 39 estabelecimentos. A maior parte bares, por aglomerações. Só no bairro Batel, 250 pessoas se aglomeravam em uma casa noturna fechada pela fiscalização.
“É uma tristeza muito grande ver esse comportamento dos jovens. Estão normalizando a pandemia. As pessoas estão pensando só nas suas satisfações individuais, não no coletivo”, lamenta a médica Acácia Nasser, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa).
Acácia explica que o novo avanço da pandemia, com recordes diários de casos e óbitos, está diretamente ligado ao comportamento dos jovens – só nesta segunda-feira (30), o Paraná registrou mais 1.294 casos e 32 mortes por Covid-19. O público entre 20 e 39 anos é quem mais têm se contaminado, representando 44% dos casos no estado. Já os idosos, pessoas acima de 60 anos, representam 76% da mortes. “Os idosos morrem mais, só que uma grande parte desses idosos está sendo infectada pelos jovens que vão à balada, ao barzinho, à casa de amigos e na volta infectam os mais velhos”, ressalta a médica da Sesa.
Acácia aponta que 81% do público jovem infectado desenvolve quadro leve de Covid-19. Mas aos jovens que se apegam a este percentual, a médica faz um alerta: neste público, o coronavírus é uma verdadeira roleta russa. “Apesar do índice baixo, os jovens também desenvolvem quadros graves. A questão é: não tem como saber qual jovem vai ter um quadro leve e qual jovem vai ter um quadro grave da doença”, alerta.
Fiscalização de aglomerações poderá seguir um decreto único na RMC
Para conter novas aglomerações, os prefeitos de Curitiba e das cidades da região metropolitana vão se reunir até quinta-feira (3) com o governo do estado para avaliar a adoção de um decreto único para conter o avanço da Covid-19. O presidente do Fórum da Região Metropolitana de Curitiba, o prefeito de Fazenda Rio Grande, Márcio Wozniack, aponta que o ponto principal desse novo decreto será a fiscalização para conter aglomerações.
“Queremos reforço dos agentes de segurança, seja a Polícia Militar ou as Guardas Municipais, para combater as aglomerações, em especial dos jovens”, aponta Wozniack.
Curitiba reforçou desde o início da bandeira laranja sexta-feira as operações da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) - força-tarefa que reúne entidades municipais e estaduais, como Vigilância Sanitária, Urbanismo, Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros entre outros.
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