O governo do Paraná, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iniciou em maio o projeto que prevê a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Curitiba. Cinco empresas estão envolvidas no estudo, que abrange aspectos jurídicos, técnicos, ambientais e econômicos. O investimento previsto é de R$ 2,5 bilhões.
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O trajeto planejado começa no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e vai até o Centro Cívico, em Curitiba, com paradas ao longo do percurso. Apesar das grandes expectativas com o projeto preliminar, ele está sendo analisado quanto à viabilidade da implantação na capital paranaense.
O diretor-presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson dos Santos, afirma que o transporte coletivo no Brasil enfrenta a concorrência dos veículos individuais e dos aplicativos de transporte, o que demanda novos modais mais modernos e sustentáveis. “Historicamente, o transporte coletivo de Curitiba sempre foi referência, mas perdeu muitos usuários nos últimos anos”, disse ele.
“Em alguns momentos, houve uma discussão sobre o metrô e sobre o VLT. Estamos tomando o cuidado de deixar claro para a sociedade que estamos fazendo um estudo seguido de estruturação para verificar se o projeto é viável. Esse é o grande desafio”, complementou.
O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), enfatiza a importância do projeto para a capital. “É uma resposta de Curitiba para a modernização do transporte coletivo. O BRT é eficiente, mas essa é uma oportunidade de eletrificar a rota e aumentar a capacidade de passageiros, aumentando o tempo útil dessa linha”, diz Pimentel.
Se o projeto for viável, Pimentel sugere que o eixo pode ser estendido até o terminal Santa Cândida. “A decisão será tomada em setembro do próximo ano, mas acredito no projeto devido às características existentes, como a infraestrutura que favorece a implantação”, acrescenta.
O projeto pretende aprimorar a Rede Integrada de Transporte ao reaproveitar a infraestrutura existente. O objetivo é proporcionar ao usuário do VLT maior confiabilidade nas viagens e acesso a estações multimodais.
Do Aeroporto até o Centro Cívico
O trecho planejado começa no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e vai até o Centro Cívico, em Curitiba. O eixo escolhido já possui um transporte coletivo de fluxo intenso.
“A infraestrutura já existe, liga a Avenida das Américas, trecho da canaleta exclusivo previsto para o parque da Copa, até o terminal central de São José dos Pinhais e o Terminal do Boqueirão. Depois, é um ramal que se estende pelo Hauer, via Marechal Floriano, até praticamente a Praça Tiradentes”, explica o diretor-presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep).
O desafio dos técnicos é identificar a melhor alternativa para o início e o fim do trajeto, considerando a modalidade subterrânea ou elevada.
VLT em Curitiba precisa ser financeiramente sustentável
Além do desafio na infraestrutura, a viabilidade econômica é um obstáculo fundamental. “Podemos concluir que o investimento necessário para a infraestrutura, compra de veículos, implantação de trilhos e aspectos urbanísticos ambientais não é sustentável e os custos sejam alto demais”, afirma o diretor-presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson dos Santos.
Santos evidencia que o transporte coletivo precisa e depende do subsídio público, que precisa ser financeiramente sustentável. “De nada adianta estruturar um sistema moderno mas com um custo inviável de ser mantido pelo usuário e pelo poder público”, acrescenta.
Para o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, o aspecto mais importante a ser revelado pelo estudo é o preço da tarifa. “Tem que ser uma tarifa justa, que caiba no bolso do trabalhador e do empresário que paga o vale transporte. Esse é um dos principais fatores de decisão do estudo”, complementa.
As discussões sobre a implementação de um metrô e de um VLT elétrico em Curitiba são antigas. Boa parte da população questiona se o VLT elétrico se tornará realidade. O vice-prefeito acredita que sim. “Acredito no projeto pela infraestrutura existente, o número de passageiros, a ligação com o aeroporto e a credibilidade do estudo”, afirma.
Pimentel reitera que o metrô não é uma possibilidade para Curitiba. “Não estamos propondo um metrô porque não há recursos para isso. Ainda é um investimento muito caro no Brasil e, na nossa avaliação, a demanda de Curitiba não justifica. Não há perspectiva de propor um metrô”, conclui.
Cinco empresas estão envolvidas no projeto e analisando a efetividade da proposta: Tylin Brazil Ltda; Oficina Engenheiros Consultores Associados; Rhein Schirato Meireles Sociedade de Advogados; Addax Assessoria Econômica e Financeira Ltda e Setec Hidrobrasileira Obras e Projetos Ltda.
Neste mês de maio, as empresas fizeram uma pesquisa com os usuários do transporte público de São José dos Pinhais.
Sendo viável, projeto deve ir a leilão em 2025
O projeto conta com o acompanhamento da Secretaria das Cidades (SECID) e da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP), com suporte do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Participam também o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) e a Secretaria de Urbanismo, Transporte e Trânsito de São José dos Pinhais.
A entrega dos estudos e a concessão do novo modal estão previstos para o primeiro trimestre de 2025. Se o VLT elétrico for considerado viável pelos técnicos, haverá audiência pública e publicação do edital de leilão até junho de 2025, com o leilão em setembro do mesmo ano.
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