O futuro sustentável parece ser uma das principais aspirações do Paraná em diferentes segmentos. Para isso, o estado tem se preparado com a elaboração de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação industrial no campo do hidrogênio renovável.
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Também chamado de hidrogênio verde, o insumo pode ser obtido a partir da separação das moléculas de hidrogênio e oxigênio da água. Tal processo, conhecido por eletrólise, permite que o hidrogênio seja estocado e comprimido como um gás e é muito utilizado na aviação civil e, inclusive, em automóveis.
Quase metade da energia elétrica produzida no Brasil vem de fontes renováveis, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A matriz elétrica brasileira é uma das mais renováveis do mundo com uma proporção de 48%, número três vezes maior que a média mundial. E o Paraná busca alternativas para se transformar em player mundial (relevante no ramo).
De acordo com Herlon Goelzer, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado (IDR-Paraná), o mundo está entrando na era dos produtos biocombustíveis avançados - entre os quais o hidrogênio renovável. Ele afirma que a transição energética e a descarbonização na prática já estão em curso no Paraná e destaca o biogás como a modalidade mais eficaz para a produção de hidrogênio. “Se queremos uma modalidade que resolve passivo ambiental de forma sustentável e gera economicidade a quem produz, devemos seguir pela escolha do biogás. Seja na geração de energia elétrica, térmica ou na conversão de fertilizantes para uso agrícola”.
Matérias-primas e rotas tecnológicas favorecem o Paraná
Com a mesma leitura, o diretor técnico-científico da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2) e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Helton José Alves, enfatiza que, no Paraná, a tecnologia de produção de hidrogênio a partir do biogás rural e seu uso em célula a combustível para a geração descentralizada de energia elétrica é um grande diferencial competitivo.
“É isso que todos queremos, mostrar o potencial do Paraná, especialmente quando o tema é o hidrogênio. Temos essa força porque o estado tem um conjunto de possibilidades de matérias-primas e rotas tecnológicas. Seja a partir da água com a energia renovável, a energia solar ou a energia eólica, estamos falando de alternativas completamente possíveis”.
Alves pontua que o Paraná possui, ainda, a biomassa residual como força para produção do hidrogênio de forma descentralizada. Essa diversificação de tipos de resíduos, segundo ele, favorece a logística do insumo. “Essa soma de potenciais coloca o Paraná como um dos principais estados na corrida pela produção de hidrogênio renovável. Não temos a necessidade de priorizar uma rota ou outra, mas a da biomassa, potencialmente, será uma das principais pelo volume que possuímos no estado”.
Frente Parlamentar do Hidrogênio Renovável
Com o objetivo de estabelecer regras, instrumentos administrativos, incentivos para a cadeia produtiva e de olho na liderança da produção nacional, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) instalou a Frente Parlamentar do Hidrogênio Renovável.
Considerado o combustível do futuro, por ser obtido a partir de fontes renováveis e com baixa emissão de carbono, o estado busca criar um ambiente seguro e atrativo para investidores. É assim que pensa o primeiro-secretário da Alep, deputado estadual Alexandre Curi (PSD), signatário do projeto de lei que incentiva o uso de hidrogênio renovável no estado do Paraná. Segundo Curi, com essa nova legislação, o Paraná está comprometido em fomentar o uso em diversas aplicações. “O estado terá a prerrogativa de promover incentivos, supervisionar e apoiar a cadeia, bem como atrair investimentos para a produção, distribuição e comercialização dessa nova fonte de energia limpa”, ressaltou.
O deputado mais votado do Paraná nas eleições 2022 destaca, ainda, que a Frente Parlamentar vai estar atenta às transformações que o hidrogênio renovável deverá proporcionar nos próximos anos mundo afora. “Nós vamos incentivar o debate para o Paraná ser o berço das transformações. Buscaremos novos projetos e adequações nas nossas legislações para fomentar o desenvolvimento nas universidades, no agro e na indústria, ou mesmo no setor público. Estamos prontos para um futuro mais limpo, próspero e sustentável”, afirmou.
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