Seis praças de pedágio no Paraná, na BR-277, estão cobrando tarifas mais baixas desde a zero hora desta terça-feira (1º). A redução é uma das medidas previstas no acordo de leniência homologado entre as empresas Ecovia e Ecocataratas, ambas do Grupo EcoRodovias, e o Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Integração, que investiga contratos de concessão de rodovias. Em comunicados nos sites oficiais e em placas instaladas próximo às praças de pedágio, as empresas reconhecem erros e pedem desculpas à população.
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As concessionárias são responsáveis por trechos da BR-277, tanto na ligação de Curitiba com Paranaguá, no litoral, quanto entre Guarapuava e Foz do Iguaçu, no interior do estado.
No caso da Ecovia, que opera a ligação entre a capital e o litoral, o valor para carros caiu de R$ 20,90 para R$ 14,60. Nas cinco praças da Ecocataratas, os preços para automóveis, que variavam de R$ 12,50 a R$ 16,40, passaram para valores na faixa entre R$ 8,80 e R$ 11,50. As novas tarifas irão vigorar durante 12 meses.
Por volta das 8h45 desta terça (1º), o tráfego de veículos era considerado normal em quase todos os trechos administrados pelas concessionárias, conforme o sistema de monitoramento das próprias empresas. Somente pontos com interdição parcial para realização de obras apresentavam tráfego intenso ou lento.
Confira as novas tarifas
Empresas reconhecem erros e pedem desculpas à população
Em cumprimento ao previsto no acordo de leniência com o MPF, as empresas manterão placas com pedidos de desculpas à sociedade. As estruturas, de 8 m², estão instaladas desde a madrugada desta terça-feira (1º) e permanecerão afixadas durante o período remanescente do contrato de concessão.
Além disso, desde a zero hora desta terça-feira (1º), as duas empresas mantêm em seus sites oficiais avisos sobre o acordo de leniência firmado com o MPF. No texto, dirigido a “usuários, funcionários, acionistas e aos paranaenses”, reconhecem que erraram “ao não adotar políticas adequadas de transparência e controle de seus negócios”.
Dizem ainda que o acordo “marca uma nova etapa para o aprofundamento de ajustes na gestão da política de governança e de transparência”, “com intuito de garantir que não se repitam falhas como as cometidas no passado”. A carta é finalizada com um pedido de desculpas à população do Paraná e um compromisso de que as empresas aperfeiçoarão seus mecanismos de controle e fiscalização.
O acordo prevê ainda seis inserções diárias em rádio, ao longo de duas semanas, além de publicações em dois jornais de alcance estadual de grande circulação com mensagem semelhante.
Durante as investigações da Operação Integração, a EcoRodovias reconheceu o pagamento de propinas para conseguir aditivos contratuais que levaram ao aumento de preços e/ou à redução nas obrigações, como retiradas de obras. No acordo com o MPF, o grupo concordou em pagar R$ 400 milhões, sendo uma parte para custear a diminuição dos preços e o restante para bancar obras (R$ 20 milhões a serem aplicados no trecho da Ecovia e R$ 130 milhões nas rodovias da Ecocataratas). Há ainda R$ 30 milhões em multa.
A negociação seguiu os moldes de outro acordo de leniência, firmado com a Rodonorte. Em março, a concessionária concordou em pagar R$ 750 milhões (divididos entre multa, realização de obras e redução de tarifa). Em abril, os valores praticados nas sete praças de pedágio da empresa passaram a ser 30% menores.
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