O programa de subsídio a montadoras lançado no começo de junho pelo governo reservou R$ 1,8 bilhão para incentivar a compra de carros 0 km. Contudo, mesmo com o programa de descontos, algumas montadoras anunciaram suspensão temporária de trabalho em algumas áreas de produção, o chamado lay-off. As fábricas da Renault, Volkswagen e General Motors estão em paralisação temporária, em alguns setores.
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O doutor em Economia Aplicada e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Rodolfo Coelho Prates disse que a medida visa equilibrar a produção com à demanda do mercado, que ainda é baixa.
Ele também acrescentou que as medidas do governo, na prática, ainda não surtem efeito. Um dos motivos é o custo das montadoras. Muitas peças são importadas, fazendo com que o custo da produção seja elevado, influenciando no bolso do consumidor. “Os automóveis no Brasil, em comparação com o mercado internacional, são caros (...) parte dos veículos não tem fabricação aqui, são importados e só são montadas no Brasil”, frisou o especialista.
Outro ponto é a taxa de juros. O desconto concedido pelo governo não gera diminuição na taxa, mas somente no valor do automóvel. Nesse sentido, muitos consumidores não têm condições de pagar à vista um veículo, precisando recorrer ao empréstimo. Dessa forma, o desconto não terá tanto impacto para pessoas que não conseguem pagar à vista o carro.
“Não cabe no bolso, os juros tem um impacto grande. Quando projetamos para um pagamento em cinco anos em uma taxa de juros alta, superior a 2% ao mês, faz com que a pessoa pague ao longo desse tempo dois carros”, disse o economista.
“Esse desconto de R$ 5 mil ou 10 mil praticamente se torna inviável quando fazemos essa projeção a longo prazo. Quem pode se beneficiar são pessoas que têm condição de pagar à vista. Mas pessoas que têm que pagar a prazo vão ter mais dificuldades”, complementou.
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