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Uma operação da Polícia Civil do Paraná resultou na prisão do suposto chefe de uma quadrilha que abastecia o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) com fuzis e carregamentos de drogas. A operação contra o crime organizado foi realizada nesta terça-feira (2), em Curitiba (PR), com a participação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e prendeu 12 suspeitos, além do acusado de comandar o esquema logístico.
"Para o líder criminoso, o importante era fechar o negócio, independente da bandeira levantada pelo grupo que contratava seus serviços. Eles transportavam uma carga lícita até o local do carregamento de drogas e armas, para o retorno ser feito com o material ilícito", explica o delegado Victor Loureiro Mattar Assad, que coordenou a operação.
Os policiais encontram dinheiro escondido em um fundo falso na casa do suspeito, preso em Itapema (SC), onde vivia em um apartamento de luxo no litoral de Santa Catarina. Segundo a Polícia Civil, o suspeito comandava o esquema com apoio de colíderes instalados em Curitiba.
“As investigações revelaram que esse homem era o responsável direto pelo envio de armas de grosso calibre a partir do estado de São Paulo para uma organização criminosa no estado do Rio de Janeiro, além de abastecer estes e outros estados com grandes quantidades de drogas”, afirmou o delegado, que lembra que a origem da investigação foi um desdobramento da maior apreensão de haxixe feita no território paranaense.
A operação tem como objetivo interromper as rotas que conectavam o Paraná a outras regiões com remessas frequentes de entorpecentes e armamentos. Ao todo, foram 15 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, além de bloqueio de 28 veículos e 14 contas bancárias ligadas aos investigados.
"Foram presas pessoas que lidavam com a lavagem de dinheiro, com o transporte efetivo e a escolta das cargas. Além disso, foram presos familiares do líder do grupo criminoso, uma irmã e sobrinhas dele, que movimentavam valores em espécie de expressiva quantidade em favor da quadrilha", informa Assad.
As investigações apontam que o grupo operava nos bairros Pinheirinho, Cidade Industrial e Tatuquara em Curitiba. A rede criou empresas de fachada, manteve transporte regular de drogas e articulou o envio de armas de grosso calibre. De acordo com a polícia, foram três anos e meio da investigação, que confirmou práticas de lavagem de dinheiro, ocultação patrimonial e movimentação superior a R$ 513 milhões.
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A Polícia Civil do Paraná apreendeu 700 quilos de haxixe no início de junho deste ano, fato que levou os investigadores a desvendarem as rotas logísticas do crime organizado entre os estados do Sul e Sudeste. As equipes classificaram o volume como o maior já registrado no Paraná e o segundo maior do país. Os dois presos disseram que receberiam R$ 400 mil pelo transporte.
Depois disso, a operação avançou com novas remessas identificadas. As equipes apreenderam mais de 900 quilos de maconha em Ponta Porã, em outubro, durante outra ação monitorada. No mesmo mês, a operação localizou 350 quilos da droga em uma oficina mecânica ligada ao grupo no bairro Pinheirinho, em Curitiba.
Segundo o delegado, a investigação ganhou ritmo após as apreensões de grande porte. A operação consolidou o mapa das rotas usadas pelo grupo e reforçou o vínculo entre os carregamentos interceptados no Paraná e em outras regiões.
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