No período de um ano, a região metropolitana de Curitiba (RMC) passou de 3.615.027 para 3.654.960 habitantes, registrando taxa de crescimento de 1,10% – acima das médias do Paraná (aumento populacional de 0,749%) e do país (0,792%). Para efeito de comparação, as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as maiores do país, tiveram crescimento de 0,76%, 0,5% e 0,77%, respectivamente.
Na região metropolitana de Curitiba, as cidades de Tunas do Paraná, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais foram as que mais cresceram porcentualmente no último ano, segundo as estimativas populacionais recentes divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com taxas acima de 1,8% de variação no número de habitantes, os municípios ajudaram a fazer da RMC o 9º aglomerado urbano do país que mais cresceu de 2018 a 2019 entre 28 considerados pelo IBGE.
Confira a estimativa populacional nas 399 cidades do Paraná
A população de Tunas do Paraná aumentou 3,06%, de 8.509 para 8.769 moradores, sendo o município que mais cresceu porcentualmente entre os 399 do Paraná. O total de moradores de Fazenda Rio Grande cresceu 1,87%, chegando a 100.209. Já em São José dos Pinhais, o número de habitantes subiu 1,8%, alcançando 323.340.
População dos municípios da RMC, por ordem alfabética
Município | 2018 | 2019 | Variação |
Adrianópolis | 5.983 | 5.919 | -1,070% |
Agudos do Sul | 9.269 | 9.371 | 1,100% |
Almirante Tamandaré | 117.168 | 118.623 | 1,242% |
Araucária | 141.410 | 143.843 | 1,721% |
Balsa Nova | 12.787 | 12.941 | 1,204% |
Bocaiúva do Sul | 12.755 | 12.944 | 1,482% |
Campina Grande do Sul | 42.880 | 43.288 | 0,951% |
Campo do Tenente | 7.894 | 7.971 | 0,975% |
Campo Largo | 130.091 | 132.002 | 1,469% |
Campo Magro | 28.885 | 29.318 | 1,499% |
Cerro Azul | 17.725 | 17.779 | 0,305% |
Colombo | 240.840 | 243.726 | 1,198% |
Contenda | 18.326 | 18.584 | 1,408% |
Curitiba | 1.917.185 | 1.933.105 | 0,830% |
Doutor Ulysses | 5.609 | 5.580 | -0,517% |
Fazenda Rio Grande | 98.368 | 100.209 | 1,872% |
Itaperuçu | 28.187 | 28.634 | 1,586% |
Lapa | 47.909 | 48.163 | 0,530% |
Mandirituba | 26.411 | 26.869 | 1,734% |
Piên | 12.606 | 12.746 | 1,111% |
Pinhais | 130.789 | 132.157 | 1,046% |
Piraquara | 111.052 | 113.036 | 1,787% |
Quatro Barras | 23.199 | 23.559 | 1,552% |
Quitandinha | 18.873 | 19.049 | 0,933% |
Rio Branco do Sul | 32.273 | 32.397 | 0,384% |
Rio Negro | 33.922 | 34.170 | 0,731% |
São José dos Pinhais | 317.476 | 323.340 | 1,847% |
Tijucas do Sul | 16.646 | 16.868 | 1,334% |
Tunas do Paraná | 8.509 | 8.769 | 3,056% |
Para fins de estimativas populacionais intercensitárias, o IBGE considera três variáveis: taxas de fecundidade, mortalidade e saldo migratório. O sociólogo Leonildo Pereira Souza, do Núcleo de Estudos Populacionais e Sociais do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), explica que movimentos migratórios são influenciados por questões ligadas à infraestrutura de serviços públicos, além de lazer e entretenimento. “Outro fator muito importante é a oferta de trabalho”, diz.
Como as estimativas do IBGE carregam também o movimento capturado pelos últimos dois censos, o histórico intercensitário pesa nos números. Além da proximidade com a capital, o desenvolvimento da indústria nas últimas décadas ajuda a explicar o fluxo de entrada de novos moradores em Tunas, cuja economia é baseada no setor madeireiro. O mesmo se aplica a Fazenda Rio Grande, considerada a capital do pneu, e São José dos Pinhais, município fortemente ligado ao setor automotivo.
RMC cresce mais que regiões metropolitanas de SP, RJ e BH
Na lista de regiões que mais cresceram, o IBGE inclui também regiões integradas de desenvolvimento (Ride), cuja diferença em relação a regiões metropolitanas (RM) é abranger municípios de mais de uma unidade federativa.
À frente da RMC, ficaram a RM de Manaus (1,74%), a RM de Florianópolis (1,67%), a RM de Goiânia (1,66%), a Ride do Distrito Federal e Entorno (1,47%), a RM da Grande Vitória (1,42%), a RM do Norte/Nordeste Catarinense (1,38%), a RM de Campinas (1,26%) e a RM de Sorocaba (1,12%).
As RMs de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as maiores do país, tiveram crescimento muito menor: 0,76%, 0,5% e 0,77%, respectivamente, ficando abaixo da média nacional (0,79%). Para Olga Lucia Firkowski, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os números mostram a configuração de um novo momento – “um amadurecimento de distribuição da população”, define.
População das regiões metropolitanas do país
Região metropolitana | 2018 | 2019 | Variação | |
1 | RM de Manaus | 2.631.239 | 2.676.936 | 1,74% |
2 | RM de Florianópolis | 1.189.947 | 1.209.818 | 1,67% |
3 | RM de Goiânia | 2.518.775 | 2.560.625 | 1,66% |
4 | RIDE do Distrito Federal e Entorno | 4.560.505 | 4.627.771 | 1,47% |
5 | RM da Grande Vitória | 1.951.673 | 1.979.337 | 1,42% |
6 | RM do Norte/Nordeste Catarinense | 1.400.128 | 1.419.518 | 1,38% |
7 | RM de Campinas | 3.224.443 | 3.264.915 | 1,26% |
8 | RM de Sorocaba | 2.120.095 | 2.143.786 | 1,12% |
9 | RM de Curitiba | 3.615.027 | 3.654.960 | 1,10% |
10 | RM de Natal | 1.587.055 | 1.604.067 | 1,07% |
11 | RM de Ribeirão Preto | 1.702.479 | 1.720.469 | 1,06% |
12 | RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte | 2.528.345 | 2.552.610 | 0,96% |
13 | RM de João Pessoa | 1.266.463 | 1.278.401 | 0,94% |
14 | Aglomeração Urbana de Piracicaba | 1.481.652 | 1.495.220 | 0,92% |
15 | RM de Londrina | 1.101.595 | 1.111.577 | 0,91% |
16 | RM da Baixada Santista | 1.848.654 | 1.865.397 | 0,91% |
17 | RM do Vale do Rio Cuiabá | 1.032.714 | 1.041.307 | 0,83% |
18 | RM de Fortaleza | 4.074.730 | 4.106.245 | 0,77% |
19 | RM de Belo Horizonte | 5.916.189 | 5.961.895 | 0,77% |
20 | RM de Belém | 2.491.052 | 2.510.274 | 0,77% |
21 | RM de Salvador | 3.899.533 | 3.929.209 | 0,76% |
22 | RM de São Paulo | 21.571.281 | 21.734.682 | 0,76% |
23 | RM da Grande São Luís | 1.621.102 | 1.633.117 | 0,74% |
24 | RM de Maceió | 1.302.154 | 1.310.520 | 0,64% |
25 | RM de Recife | 4.054.866 | 4.079.575 | 0,61% |
26 | RM de Porto Alegre | 4.317.508 | 4.340.733 | 0,54% |
27 | RM do Rio de Janeiro | 12.699.743 | 12.763.459 | 0,50% |
28 | RIDE da Grande Teresina | 1.218.917 | 1.223.902 | 0,41% |
Além de o crescimento relativo dos maiores aglomerados urbanos exigir um aumento absoluto muito mais significativo, as grandes cidades não são mais tão atraentes quanto já foram alguns anos atrás. “Com as novas tecnologias de transporte, as pessoas podem até morar fora da região metropolitana, ainda que trabalhem e vivam o cotidiano dela”, afirma Olga.
No caso da região metropolitana de Curitiba, por outro lado, a integração à capital exige uma proximidade muito maior. Tanto é que, dos 29 municípios, os dois que apresentaram variação populacional negativa – Adrianópolis (-1,07%) e Doutor Ulysses (-0,517%) – não fazem parte propriamente da dinâmica metropolitana, na avaliação de Olga. “Municípios de uma região metropolitana têm algo em comum, que é o fato de conformarem uma única realidade urbana, o que não é o caso de Adrianópolis e Doutor Ulysses, por exemplo.”
A pesquisadora explica que há uma tendência histórica de aumento populacional na Grande Curitiba que resulta da migração de pessoas de cidades pequenas do interior do Paraná em busca de mais oportunidades. Entre 2018 e 2019, 181 municípios paranaenses perderam habitantes. Desses, 180 (99,4%) têm menos de 50 mil habitantes – apenas Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, está fora dessa lista.
A região metropolitana de Curitiba compreende atualmente as cidades de Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiuva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.
Como a Gazeta do Povo noticiou recentemente, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) avalia retirar algumas dessas cidades do grupo na elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), que deve ser aprovado até 2021.
RMC é a 9ª maior do país
Com 3.654.960 habitantes, a RMC ocupa a 9ª posição também na classificação das regiões metropolitanas por população. A Grande Curitiba fica atrás da RM de São Paulo (21.734.682 habitantes), da RM do Rio de Janeiro (12.763.459), da RM de Belo Horizonte (5.961.895), da Ride do Distrito Federal e Entorno (4.627.771), da RM de Porto Alegre (4.340.733), da RM de Fortaleza (4.106.245), da RM de Recife (4.079.575) e da RM de Salvador (3.929.209).
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