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Deputado do PT

Renato Freitas diz ser maconheiro e que criminalização tem “caráter racista”

Renato Freitas
Renato Freitas coleciona pedidos de cassação na Assembleia Legislativa do Paraná. (Foto: Valdir Amaral/Alep)

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O deputado estadual paranaense Renato Freitas (PT) admitiu que é "maconheiro" e disse que a criminalização da maconha no Brasil possui “caráter absolutamente racista”. Ele defendeu também que os políticos do país assumam publicamente um posicionamento sobre o tema. O parlamentar disse ainda que pretende criar uma associação para o cultivo de cannabis medicinal e relatou que já tentou plantar a erva em casa sem sucesso.

"Eu não fumo cannabis, eu fumo maconha. Não sou canabizeiro, sou maconheiro”, afirmou.

Segundo Freitas, o debate sobre drogas é tratado com hipocrisia no país, e por isso considera essencial que parlamentares abandonem o temor de abordar o tema.

“A planta é maravilhosa e a criminalização dessa planta na história de nosso país se demonstrou de caráter absolutamente racista”, afirmou o parlamentar em entrevista à revista Breeza durante um evento do setor de cannabis realizado no mês passado em São Paulo.

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Renato Freitas cobrou que políticos tomem uma posição sobre a planta em vez de se preocuparem com a reação que terão dos seus eleitores.

“Tem de parar com essa mania de ‘traguei, mas não fumei’, ‘fumei, mas não traguei’, ‘traguei, mas não chapei’. Para com isso, filho. Qual é o problema? Está jogando para a torcida? Se for jogar para a torcida, você vai estar sempre seguindo uma manada. E muitas manadas, a maioria delas, e a do bolsonarismo hoje é um exemplo, rumam sempre para um precipício”, completou.

O deputado relatou ter tentado cultivar a planta em casa após receber “umas sementinhas”, mas contou que a experiência não avançou. Ele afirmou que as plantas chegaram a brotar, mas que precisou viajar e sua mãe acabou deixando os vasos “escondidinhos” no banheiro, o que impediu o desenvolvimento.

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Freitas disse que planeja estruturar uma associação para o cultivo de cannabis medicinal voltada a pacientes vulneráveis, com participação de egressos do sistema prisional.

“O que a gente quer? Que os egressos do sistema carcerário tenham um protagonismo na associação de cultivo. [...] Vamos poder fumar nossa maconha na cara da classe média, branca, hipócrita, de Curitiba”, disparou.

O parlamentar argumentou que eventos sobre cannabis no país precisam ter maior presença de pessoas negras e defendeu que o cultivo se torne fonte de renda para grupos marginalizados. Segundo o parlamentar paranaense, eventos como este que ele participou “têm de ser mais negro, enegrecido, denegrido”. “Enquanto isso não ocorrer, a maconha que fumamos vai enriquecer outros bolsos e outras políticas”, completou nas críticas.

Mais recentemente, Renato Freitas foi flagrado em uma briga de rua na capital paranaense com um manobrista. Ele se disse vítima de racismo no caso e recebeu apoio de aliados, como do presidente do PT, Edinho Silva.

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