O deputado federal Beto Richa (PSDB-PR) se manifestou no final da noite desta quinta-feira (14) sobre a filiação frustrada ao Partido Liberal (PL) após encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, na última quarta-feira (13).
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Em nota enviada à imprensa, Richa disse que recebeu o convite para o encontro com a liderança do PL, que estava conversando com pré-candidatos à prefeitura de Curitiba. Ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, o deputado federal cogita disputar o pleito municipal de outubro pela Federação PSDB-Cidadania e teve o nome sondado pelo PL em articulação feita pelo parlamentar Filipe Barros (PL-PR), um dos principais interlocutores de Bolsonaro no estado.
“Fui com a certeza de que, na política, assim como na vida diária de cada um de nós, a conversa sempre é bem-vinda. E sempre dialoguei com todos. Muito bem recebido na sede do PL, fui convidado a me filiar ao partido. Em seguida, fui gentilmente recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Deputado federal Beto Richa (PSDB-PR)
Após o convitedo PL, ele relata que procurou a direção nacional do PSDB e contava com uma carta de anuência para a troca partidária. No entanto, a tradição da família dentro do ninho tucano pesou para permanência de Richa no partido, que tem o pai do ex-governador, José Richa, como um dos fundadores.
“Procurei a direção nacional do PSDB logo na sequência. A reação, como esperado, foi impactante. Uma semana antes o partido havia dado uma carta de anuência ao deputado Carlos Sampaio, para sair do PSDB sem o risco de perder o mandato. Mas no meu caso foi diferente. Recebi apelos para permanecer no PSDB. Fui lembrado das batalhas políticas e eleitorais que, juntos, enfrentamos nas últimas décadas.”
Na nota pública, Richa ainda recorda a trajetória do pai, que afirmava que a inércia é inimiga da política. “Sabia que qualquer passo que eu desse romperia o quadro de inércia que toma conta do panorama regional. E foi isso que fiz. Parecia óbvio, para meus amigos da direção do partido, que a minha saída poderia estimular outros filiados a fazer o mesmo. Prevaleceu o peso do compromisso com o PSDB, um partido que mudou o Brasil para muito melhor”, argumentou o parlamentar.
Para Richa, o episódio mostra o papel de relevância do PSDB no tabuleiro político nacional. Além disso, ele desabafou sobre os ataques e críticas por ter sido investigado por suspeita de corrupção pela Lava Jato após a nulidade dos processos em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-governador chegou a ser preso em 2018 durante desdobramentos da operação, que apurou um esquema de pagamento de propina no Anel de Integração, como ficou conhecida a antiga concessão de rodovias no Paraná.
A reunião para filiação no PL gerou um protesto da militância no diretório estadual do partido e cobranças de bolsonaristas pelo veto ao nome de Richa pelo ex-presidente. “É nas crises que se aprende e que se reúne forças. Eu senti na carne e na alma isso. Fui massacrado por radicais com argumentos infundados, mas não desisti, e não desisto nunca. Enfim, o velho Richa tinha razão. Política é movimento, seja no avanço ou no recuo”, finaliza a nota do pré-candidato tucano à prefeitura de Curitiba.
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