Universidades estaduais e federais do Paraná tiveram excelente desempenho em levantamentos internacionais divulgados nos últimos dias. Em um deles, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi classificada em um dos mais prestigiados rankings internacionais de ensino superior, o SCImago Institutions Rankings (SIR), como a 14ª melhor universidade do Brasil. No Paraná, a instituição foi superada apenas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) que ocupa a 13ª colocação.
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O SIR é uma das classificações mais abrangentes e prestigiadas para universidades e instituições de pesquisa. Somente em 2023 o ranking já avaliou o desempenho de 4.533 instituições em todo mundo. Os critérios utilizados para a classificação incluem a produção científica, a inovação e o impacto social trazidos pelas instituições. A inclusão no ranking não depende do envio de informações pela universidade, pois foram avaliadas todas as que publicaram pelo menos 100 artigos em 2022 incluídos na base de dados Scopus, produzida pela editora Elsevier.
Conforme a lista divulgada pela SIR, a UEM ocupa ainda a posição 23 na América Latina, 70 na Ibero-América, 273 entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e 1.132 no mundo. A instituição foi ranqueada entre as dez melhores universidades do Brasil nas áreas de Ciência de Alimentos, Zootecnia e Zoologia, Química, Engenharia Mecânica e Matemática.
Para uma universidade estadual do interior, isso é um feito notável, afirma o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UEM, Mauricio Reinert do Nascimento, docente do Departamento de Administração (DAD) e professor permanente dos programas de pós-Graduação em Administração (PPA) e em Contabilidade (PCO). Segundo ele, “tirando as estaduais paulistas, somos a primeira entre as estaduais brasileiras. No Paraná, estamos atrás apenas da UFPR. É o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na UEM e incentivo para continuar investindo em pesquisa, ensino e inovação, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do estado. A instituição construiu uma base sólida e ampla, pois ranqueou em todas as 19 áreas de conhecimento. Essa base tem condições de dar frutos por muito tempo”, comemorou.
Conhecimento em inovação
Para melhorar a colocação atual “o esforço agora é transformar a geração de conhecimento científico em inovação, esse é um trabalho que a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG/UEM) está fazendo. No momento em que consigamos fazer essa transição nós melhoraremos muito nosso resultado. Mas já temos o mais importante, o desenvolvimento de conhecimento científico novo e de ponta. Isso é o mais difícil para se atingir”, reitera Nascimento.
Além da UFPR e da UEM, também aparecem entre as 100 melhores no ranking da América Latina a Universidade Estadual de Londrina, na posição de número 51, a PUC/Paraná na 89ª colocação, e a Universidade Federal Tecnológica do Paraná, na 94ª colocação.
Bons desempenhos em outros levantamentos
As Universidades do Paraná também foram destaque em outro levantamento feito entre as 200 melhores instituições de pesquisa na América Latina, o Índice Científico Alper-Doger (AD Scientific Index). Entre os 200 pesquisadores com maior pontuação na América Latina, três são professores da rede de ensino superior estadual do Paraná. Anualmente, o ranking analisa a produção acadêmica de mais de um milhão de pesquisadores, vinculados a 19.500 instituições de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica, públicas e privadas, em 216 países de todos os continentes.
Neste levantamento a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aparece na 40ª posição no recorte da América Latina, seguida pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 49º lugar, e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), na 114ª posição. As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Norte do Paraná (UENP) estão classificadas em 246ª, 405ª e 511ª posições, respectivamente.
No grupo de pesquisadores, dois docentes do curso de Odontologia da UEPG estão em posição de destaque entre os 200 mais bem pontuados da América Latina: Alessandro Dourado Loguercio aparece em 143º lugar, e Alessandra Reis em 149º. O terceiro mais bem classificado é o professor da UEM Angelo Antonio Agostinho, que desenvolve pesquisas na área da Biologia e figurou na 153ª posição do ranking.
As classificações refletem a alta produtividade acadêmica e citações dos textos dos cientistas por outros pesquisadores. Trabalhos do professor Loguercio foram citados mais de 13,5 mil vezes nos últimos anos. A docente Alessandra Reis teve quase 13 mil citações em produções científicas. Ambos publicaram artigos baseados em pesquisas desenvolvidas na área de Ciências Médicas e Saúde. O professor Angelo Agostinho teve seu nome referenciado em 11,9 mil produções acadêmicas.
Universidades pelo Brasil
Também constam no índice informações de 572 universidades e mais de 42 mil pesquisadores brasileiros. A produtividade acadêmica dos cientistas projeta o Brasil para a primeira colocação em relação aos 38 países da América Latina e na 18ª posição global do ranking.
No âmbito nacional, por quantidade de pesquisadores com alta produção acadêmica, a UEPG está na 23ª posição, com 25 docentes entre os mais bem qualificados. Na sequência, a UEM aparece em 27º lugar, com 129 pesquisadores, e a UEL em 43º, com 105 pesquisadores. A Unioeste, Unicentro e UENP ocupam as posições 108, 162 e 199, nessa ordem. Juntas, elas reúnem 30 pesquisadores com alta produtividade acadêmica.
Entre os 100 docentes melhores classificados no país, três são das universidades ligadas ao Estado do Paraná. Alessandro Loguercio está em 73º lugar, seguido por Alessandra Reis, na 76ª posição, e Angelo Agostinho, na 80ª colocação nacional.
Para o professor Alessandro, as classificações representam uma forma de qualificação do trabalho. “É muito importante estar num ranking como esse porque é resultado de um longo trabalho que está sendo realizado há anos. São as citações e não somente a produção acadêmica que recebem destaque em um ranking não restrito à área da saúde”, afirma.
O docente de Odontologia destaca que a produção de ciência por meio das pesquisas é reflexo da inquietação pela sua curiosidade. “Um pesquisador está sempre procurando diversas outras formas de fazer algo, por exemplo, nas áreas de clareamento e adesivos. Clareamento é muito popular, mas gera muita dor e estamos sempre buscando substâncias que possam manter esse tratamento por mais tempo e diminuir a dor do paciente”, diz Alessandro.
Índice leva em conta desempenho científico e produção acadêmica
No AD Scientific Index são analisadas as produções acadêmicas em 12 áreas de conhecimento, nos últimos cinco anos. O desempenho científico, citações e o valor agregado da produção acadêmica individual dos pesquisadores sinalizam um conjunto de indicadores que resultam na pontuação final.
Historicamente, as instituições públicas e pesquisadores do ensino superior do Paraná são destaque na classificação desse ranking. Neste ano, 289 docentes das universidades estaduais estão entre os 10 mil cientistas com mais relevância em pesquisas e produção acadêmica no Brasil e na América Latina.
O calculo considera uma variedade de critérios, como a quantidade de citações, para produzir os índices. Na classificação é possível filtrar por continentes, grupos econômicos e país. Entre as 5,7 mil instituições de ensino superior dos países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a UEPG e a UEM aparecem nas posições 175 e 190, respectivamente.
Pelo Paraná
Além das estaduais, outras instituições de ensino superior paranaenses aparecem ranqueadas entre as 300 melhores posições, como a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Paranaense (Unipar), a Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e o Centro Universitário Internacional (Uninter). No total, são 1.141 pesquisadores que representam essas instituições.
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